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Opinião

Coronavírus deveria levar o futebol a uma grande revolução

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Mauro Cezar Pereira
02/04/2020 22:14 - Atualizado: 29/09/2023 16:49
Último jogo do Paranaense, justamente um Atletiba, foi sem público, o primeiro da história. Os dois times estarão na Série A neste ano.
Último jogo do Paranaense, justamente um Atletiba, foi sem público, o primeiro da história. Os dois times estarão na Série A neste ano. | Foto: Albari Rosa / Foto Digital/Gazeta do Povo

Em meio à paralisação do futebol forçada pela pandemia de coronavírus, há apenas uma certeza: o calendário da bola ficou apertado, em alguns casos estrangulado. Não é mais possível acomodar todas as partidas de diferentes competições dentro da temporada, seja a europeia, que terminaria em dois meses, ou a brasileira, prevista para acabar em dezembro.

>>Tempo real: acompanhe as consequências do coronavírus no esporte

A situação é grave e rara. Raríssima. Desde a Segunda Guerra Mundial o futebol mundial não tem seus certames interrompidos como ocorreu nas últimas semanas. A bola parada em praticamente todo o planeta é um sinal inequívoco de que algo marcante, forte e impactante está acontecendo. E momentos assim costumam provocar mudanças no curso da história.

No caso do futebol brasileiro, cada vez mais parece imperativo que seja adotado o calendário internacional, o mesmo que a Europa utiliza há décadas. Seria uma solução para 2020 que encaminharia 2021 e os anos subsequentes numa direção muito melhor, evitando baixas pesadas com jogadores vendidos ao exterior no meio da temporada, por exemplo.

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Contudo, a resistência a tal mudança é grande. Há quem alegue ser impossível jogar futebol no Brasil durante o verão. Como se nunca tivéssemos feito partidas, inclusive finais, perto do Natal ou às vésperas do ano novo. E como se a bola não tivesse rolado em janeiro deste ano no dia 18 para estaduais. Teve ainda a Supercopa do Brasil em fevereiro. E às 11 horas da manhã, em Brasília!

>> Coronavírus e calendário: uma proposta para o futebol enfrentar a crise

Paralelamente, há a overdose de partidas de seleções. Um exagero absurdo. No Brasil, na América do Sul, na Europa, em todo o mundo, uma mudança de suma relevância se faz mais do que necessária. E a crise provocada pelo coronavírus empurra na direção de uma redução de datas Fifa, que poluem o calendário do futebol, desfalca clubes e pouco acrescenta.

Treino da seleção brasileira no ano passado.
Treino da seleção brasileira no ano passado.

Vale lembrar que as federações e confederações nacionais não revelam jogadores, não contratam, não pagam salários o ano inteiro. Mas aproveitam os atletas dos clubes, os convocam e ganham dinheiro vendendo ingressos, direitos de transmissão de partidas, com patrocinadores etc. Até quando os grandes clubes do mundo tolerarão isso?

Nem com os reflexos da pandemia irão desafiar esse absurdo? O coronavírus deveria levar o futebol a uma revolução. a hora é de lutar por mudanças que beneficiem a maioria, o esporte, não a quem dele se aproveita.

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