Análise

Coritiba busca ex-dirigente do Flamengo dos tempos da fama do “cheirinho”

Fred Luz (ao centro) ao lado do presidente Juarez Moraes e Silva

Gosta de viver perigosamente o Coritiba. Depois de José Carlos Brunoro, que desde o começo dos anos 1990, quando trabalhou no Palmeiras/Parmalat, não faz um grande trabalho de gestão no futebol, acertou com Fred Luz para seu lugar. O novo diretor executivo foi CEO do Flamengo quando o presidente era Eduardo Bandeira de Mello. Um fiasco no futebol!

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Naqueles anos 2016, 2017 e 2018, investimentos eram crescentes e houve o surgimento do pejorativo apelido do “cheirinho”, que só desapareceu quando a gestão acabou e outros dirigentes assumiram o clube. A dupla, por sinal, passou o segundo mandato do ex-funcionário do BNDES na presidência atrás do time profissional, acompanhando-o em todos os jogos.

Embora muitos torcedores atribuam a Bandeira a autoria da reformulação administrativo financeira rubro-negra, tal versão não passa de uma lenda. A revolução no clube foi idealizada pelo grupo então formado por outros, como o atual presidente, Rodolfo Landim, Carlos Langoni, recentemente falecido; Rodrigo Tostes, Wallim Vasconcellos e Luiz Eduardo Baptista, o BAP.

Wallim era o nome do grupo a concorrer à presidência, mas sua candidatura seria impugnada por não ter determinado tempo como associado. Então procurou Bandeira, seu colega de banco por anos e que tinha tempo disponível, além de ser sócio do Flamengo. Doze dias antes do pleito foi colocado como candidato e venceu. As pessoas votaram, na chance de mudança, mal sabiam quem ele era.

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Adiante, por divergências com o mandatário, integrantes do grupo original foram se afastando e Bandeira de Mello seguiu, aproximando-se cada vez mais de Fred Luz, levado ao Flamengo por BAP para tratar da área comercial. Os dois já haviam trabalhado juntos no mercado. Mas com as renúncias de vices e mudanças que se acumularam, Luz virou CEO e nome pesado nas decisões do futebol.

— Eduardo Bandeira de Mello, depois de 35 anos trabalhando no BNDES, terminou no terceiro ou quarto escalação do banco como chefe do departamento de meio ambiente. Acredito que ele nunca viu uma operação financeira na vida. Ele carimbava as licenças ambientais para poder aprovar os projetos do banco. Quem foi o responsável (pela transformação do clube), foi o Rodrigo Tostes, junto com o Paulo Dutra, o Landim na área de planejamento ajudou bastante, no começo o próprio Carlos Langoni ajudou com contatos com a receita federal. O BAP (Luiz Eduardo Baptista) ajudou trazendo mais receita, pois não adianta você só reestruturar a dívida, se não aumenta a sua receita, então trouxe novos patrocínios… Então, o saneamento financeiro foi feito por essa turma toda que eu citei. O Eduardo Bandeira de Mello não teve nenhuma ingerência, não tem a menor ideia do que é uma reestruturação financeira, pois ele nunca fez isso na vida. Ele acompanhava, era o presidente, assinava os papeis, fazia o que o pessoal falava —, disse Wallim, vice de futebol do começo da gestão, em entrevista concedida em 2018 ao programa “Resenha ao Vivo”, no Youtube

Paulo Dutra, citado acima, foi contratado na mesma época, era o diretor financeiro, como Luz um profissional contratado e que era visto no Flamengo como fundamental no dia a dia do clube em sua profunda reestruturação, iniciada na virada de 2012 para 2013. Ele saiu em 2017, quando recebeu uma proposta de mercado que lhe interessou. Importante: Dutra não participava do futebol, atuava especificamente na área onde era comprovadamente era capaz.

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