Mauro Cezar Pereira

Athletico se aproxima do São Paulo e fatura quase a soma de Botafogo e Vasco

Premiação do título da Copa do Brasil em 2019 colaborou nas arrecadações do Athletico

A receita do Athletico em 2019 foi de R$ 390,173 milhões, recorde na história do clube, próximo dos R$ 398 milhões arrecadados pelo São Paulo e superior ao que Vasco (R$ 215,328 milhões) e Botafogo (R$ 213,570 milhões) faturaram no ano passado. Somados, foram R$ 406,3 milhões gerados pelos dois cariocas, que juntos ficaram apenas R$ 38,7 milhões acima do faturamento atleticano.

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“Quando olhamos a trajetória, vemos que o corte é de 2013 para a frente, um ano em que tanto Vasco quanto Botafogo faturaram, como era de costume, o dobro do Athletico, que naquele ano alcançou R$ 79 milhões contra R$ 154 milhões do Botafogo e R$ 160 milhões do Vasco”, compara Fernando Ferreira, da Pluri Consultoria. “De lá pra cá o que se viu foi a receita do time paranaense aumentar 400%, Botafogo 38% e Vasco 35%”, acrescenta.

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Para o analista, a partir de então o que se viu foi o Athletico aumentando muito o que gera e se voltando para a chamada “vantagem comparativa”, pois sempre teve em mente que, fora do Rio ou São Paulo, não alcançaria quotas espetaculares de TV e patrocínios. Então passou a se direcionar à negociações de jogadores, tanto que foi o terceiro maior vendedor de 2019.

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“Enquanto isso, nem mesmo a competição com o Flamengo fez com que os dois cariocas reagissem, juntamente com o Fluminense”, critica.

Em 2019 o Botafogo teve pequeno aumento de 15% em sua receita, destacou Fernando Ferreira, lembrando que o Vasco mostrou queda para o nível de 2016. Já a melhora do Athletico vem acompanhada de indicadores positivos, com endividamento bem administrado para o tamanho do clube e gerado pelo estádio, que também proporciona receita, enquanto botafoguenses e vascaínos convivem com endividamento trabalhista, tributário e credores diversos.

“O Botafogo acima dos R$ 800 milhões numa relação dívida-receita impossível”, se espanta.

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O Vasco, detalha o consultor, não fica muito longe, embora tenha se voltado a melhorar a qualidade do balanço.

“Mas fica correndo atrás do rabo porque a falta de crescimento impede que a despesa financeira do endividamento seja diluída. O Flamengo fez saneamento financeiro perseguindo o aumento da receita em paralelo, já o Vasco não tem agressividade nisso. Então fica enxugando gelo. Já o Athletico nesse ano se aproximou em faturamento do São Paulo, que tem um balanço indescritível”.

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Além dos tricolores, Santos e Corinthians em um ou dois anos pioraram demais seus números, cita Fernando Ferreira, que prevê essas cifras se refletindo em campo.

“A hierarquia do futebol está se movimentando, com Vasco, Botafogo e Fluminense nesse pântano, Corinthians, Atletico, Cruzeiro, Santos e São Paulo descendo a ladeira e o Athletico rompendo tudo e entrando, com sobras, no grupo dos 12 maiores. Já o Bahia vem chegando mais próximo, com Fortaleza, Ceará e Goiás fazendo a curva, ainda”, finaliza.

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