Libertadores

A incrível “bi”-eliminação do Corinthians

Corinthians foi eliminado pelo Guarani

Soltar um grito de gol é algo como um desabafo que vem do fundo d’alma. Mescla de êxtase com alívio, de gozo com raiva colocada para fora por ferir o oponente. Sim, detestar o adversário, o inimigo, o rival é parte fundamental desse processo. Algo que nos arrasta para momentos de loucura nos quais se perde a lucidez por alguns instantes.

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Tal experiência é necessária, educativa, doutrinadora. Todo ser humano deveria ter o direito de, pelo menos uma vez na passagem por este planeta, espantar seus demônios numa sessão desse exorcismo de arquibancada. É quando seu time o conduz a tais níveis de euforia, como se você limpasse o corpo, a mente, o espírito. O gol que lava a alma é terapia infalível que faz todos os problemas desaparecerem.

Da virada do Flamengo sobre o River Plate na final da Libertadores, em 23 de novembro passado, até o domingo, 9 de fevereiro, foram 78 dias. Conectados por momentos proporcionados pelo futebol que, com seus roteiros inacreditáveis, fazem perder a razão, o juízo, o controle, a noção.

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Os gols de Gabriel Barbosa que mudaram aquela decisão em quatro minutos deixaram o mundo estupefato. Domingo, a bola rolada por Marcelo Díaz rumo às redes do Independiente mostrou o impossível acontecendo ante nossos olhos. Foi aos 41 minutos do segundo tempo. Com o Racing jogando praticamente todo a etapa final com nove homens contra 11.

Raros momentos são mais libertadores. Tão indescritível sensação que só o futebol proporciona vem daquela mistura de sentimentos. Amor, fidelidade, devoção pelo seu time. Raiva, desprezo, ódio pelo rival. Batê-lo de tal forma, ante tantas adversidades, é fazer o impossível, alcançar o céu, explodir numa emoção que o transporta para alguma dimensão. Viva o futebol!

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Sensação próxima sentiram os (não são tantos) hinchas do Guaraní do Paraguai. O time de Assunção foi pela segunda vez a São Paulo com uma missão: eliminar o Corinthians da Libertadores. E como em 2015, quando venceu em casa (2 a 0) e fora (1 a 0), novamente foi bem sucedido, mesmo perdendo por 2 a 1, graças ao gol fora de seus domínios, pois havia derrotado o oponente na peleja de ida por 1 a 0.

É verdade que Tiago Nunes teve pouco tempo para trabalhar, desenvolver uma forma de jogo em seu novo clube. Mas, convenhamos, esses 36 dias eram o bastante para que sua equipe fosse capaz de passar por um adversário inferior em tudo: investimento, qualidade técnica, tradição, torcida… Foi, sim, um vexame, mais um, do Corinthians, que pela quarta vez acabou eliminado da Libertadores em seu estádio.

Desde 2012, quando foi campeão invicto, os corintianos não conseguem superar as oitavas de final, caindo quase sempre logo após a fase de grupos. Desta vez, como no ano que antecedeu o título, sequer passaram da primeira fase, aquela que chamam de “pré-Libertadores”. Em 2011 o algoz foi o Tolima, no último jogo profissional de Ronaldo Fenômeno. Agora foi a vez do índio paraguaio repetir seu próprio feito.

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