Paraná Clube: Por que a torcida pode ser pessimista com a negociação da SAF

Em participação no podcast Carneiro & Mafuz, o presidente do Paraná Clube, Ailton Barboza, revelou: o Tricolor recebeu proposta inédita pela venda de sua Sociedade Anônima do Futebol, a famosa SAF.
Os valores citados pelo mandatário imediatamente fizeram o mais pessimista dos tricolores arregalar os olhos: investimento mínimo de R$ 250 milhões, podendo chegar a R$ 700 milhões.
Um montante monstruoso, se considerarmos o estado falimentar do clube, que não tem dinheiro nem para manter as próprias categorias de base e, não fosse o apoio financeiro do empresário Carlos Werner, tampouco teria para manter uma equipe profissional.
Torcida do Paraná hesita diante de futuro incerto

A torcida aguarda novidades ansiosamente. E, no entanto, os paranistas mais escolados já estão com um pé atrás. A história do Paraná comprova o ditado popular: quando a esmola é demais, o santo desconfia.
Além das questões financeiras envolvendo dívidas milionárias, recuperação judicial, patrimônios inalienáveis, sedes abandonadas, negociações com credores, e tudo o mais, o paranista precisa confiar na capacidade de negociação da atual gestão.
Uma gestão que foi duas vezes rebaixada no pobre Campeonato Paranaense e, cujo maior feito, foi o acesso dramático na modesta Série Prata da disputa, em 2024.
Torcida do Paraná ainda é capaz de confiar em uma diretoria do clube?

Está claro, Ailton Barboza, herdeiro político de Rubens Ferreira, assim como o antecessor, não entende de futebol mais que qualquer torcedor de arquibancada.
Não me levem a mal: Barboza, tal qual o investidor Carlos Werner, são muito bem-sucedidos em suas áreas de atuação. Fora do futebol.
Dentro dele, o Estadual deste ano comprovou: com orçamento maior que equipes como Andraus e São Joseense, mesmo assim terminou rebaixado.
E aqui falamos de um universo à parte, em que até Steve Jobs seria chamado de incompetente caso comprasse um clube e não o levasse às vitórias. O mundo do futebol, afinal de contas, se basta em si mesmo e não se importa com o que fora dele ocorre.
De Aurival Correia e Aquilino Romani, passando por Ruben Bohlen, Leonardo Oliveira e Casinha, chegando a Rubão e Barboza, o torcedor paranista não deveria mais acreditar em seus cartolas. É um sentimento justo.
Agora, fica a esperança de que, apesar dos fracassos recentes, a atual diretoria consiga, ao menos, executar a venda SAF de maneira satisfatória, dando ao torcedor paranista, finalmente, um motivo para voltar a sonhar.
É o mínimo que podem fazer.