No último sábado (30), explodiu uma bomba na Arena da Baixada. O Athletico perdeu o lateral-direito Kauã Moraes para o Cruzeiro, que pagou a multa rescisória de R$ 10 milhões para ficar com a joia de 18 anos de idade.
No mesmo dia, o presidente atleticano, Mario Celso Petraglia, disparou contra o dono da Raposa, Pedro Lourenço. Disse que tentava há meses aumentar o salário do jogador (o que refletiria no valor da multa) e afirmou que conversou com o dirigente do time mineiro sobre a negociação do atleta, mas apenas para a temporada 2026.
Ou seja, Petraglia foi surpreendido com a saída unilateral do jovem jogador, um diamante bruto que só ganhou oportunidade de atuar na equipe em uma emergência – e conseguiu utilizar o clube como vitrine para garantir sua saída imediata da Série B do Campeonato Brasileiro.

Kauã tem todo o direito de tomar a decisão que tomou. Foram só 16 partidas pelo Furacão (ele chegou da base do Palmeiras no início do ano e tinha contrato até fevereiro de 2027). E o Athletico não pode reclamar da forma como aconteceu a saída.
Basta olhar para 2022, quando a situação era inversa. Foi o Cruzeiro quem perdeu um então promissor atacante chamado Vitor Roque pelo valor da multa, o que irritou Ronaldo, então dono da SAF cruzeirense. Na ocasião, o Athletico pagou R$ 24 milhões, ficou com o Tigrinho e o resto é história. Maior venda da história do clube e do futebol brasileiro, negociado com o Barcelona.
Não estou aqui comparando jogadores e potenciais, claro. Cada caso é único, mas relembro aqui as palavras do responsável por colocar Vitor Roque no Athletico, o experiente diretor de futebol Alexandre Mattos. As palavras dele sobre o que aconteceu em 2023, em entrevista à CNN, podem ser aplicadas no contexto atual.
Mais uma lição para a atual diretoria do Athletico, que desmanchou-se internamente e perdeu seu ‘toque de Midas’.
É normal, não deveria, mas é normal as pessoas sempre transferir [sic] para outros. Nunca achar, ‘pô erramos’. Podia ter chamado o menino antes, podia ter aumentado o contrato, podia ter previsto isso antes.