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A Microsoft comprou a Activision. O que isso significa para os esports?

Por
Moreno Valério
18/01/2022 20:07 - Atualizado: 04/10/2023 17:02
A Microsoft comprou a Activision. O que isso significa para os esports?
| Foto: Reprodução/Overwatch League

A notícia que abalou o mundo dos games nesta terça-feira (18), foi da aquisição da Activision/Blizzard pela Microsoft, em um negócio que beirou os 70 bilhões de dólares. É a segunda grande investida da gigante dos games, após a compra da Bethesda no ano passado, por US$ 7,5 bilhões. O negócio colocou a marca Xbox como a terceira maior força na indústria, atrás apenas da rival Sony e da chinesa Tencent.

O negócio
ainda precisará passar pela aprovação dos órgãos reguladores dos EUA, e está
prevista para ser finalizada até junho de 2023. Com a compra da empresa, a
Microsoft coloca sob seu cinturão de jogos franquias como Call of Duty,
Overwatch, World of Warcraft, Starcraft, Crash Bandicoot e mais.

A
estratégia segue de disponibilizar cada vez mais jogos no Gamepass – plataforma
de jogos, estilo Netflix, onde o cliente pode baixar e jogar qualquer jogo da
biblioteca online, sem precisar pagar nada além da assinatura – com caráter de
exclusividade, para atrair mais e mais públicos. Lembrando que o programa está
disponível tanto no Xbox quanto no PC.

Até aí,
nada muito novo do que a Microsoft já vinha fazendo. Adquirindo estúdios
menores, até a grande novidade da Bethesda e agora Activision/Blizzard. Mas
esse negócio acaba sendo diferente. Primeiro pelo contexto em que ele ocorre.

Durante o
ano de 2021, a Activision encarou sérios problemas com seus trabalhadores. Acusações
de um ambiente de trabalho tóxico, diversas de assédio, processo por parte do
estado da Califórnia. Assuntos que estavam sendo ignorados pelo CEO Bobby
Kotick. Tudo isso fez o preço das ações da empresa cair até quase metade do seu
valor há exato um ano.

Segundo,
pelo motivo que está no título deste texto. O que acontecerá com os esports que
a Activision/Blizzard é responsável?

Esports

Antes de
mais nada, temos que olhar qual a experiência da Microsoft com esports. Halo,
Forza e Age of Empires. Nenhum dos três figura entre as categorias mais
populares da modalidade, que é predominada por mobas (League of Legends) e fps
(Counter Strike). Mesmo Halo sendo um fps também, nunca teve uma guinada
relevante nos esports.

Embora com
o lançamento no ano passado de Halo Infinite, a desenvolvedora 343 Industries,
mostrou que planeja investir no cenário competitivo, criando até mesmo um
circuito mundial de Halo para este ano. Porém, a última experiência da franquia
em mundiais foi em 2018.

Forza é
outro jogo que também parece não se encontrar. O game de corrida perdeu o tempo
(com o perdão do trocadilho) e se atrasou para aproveitar o aumento do
interesse na categoria durante a pandemia.

Age of
Empires é um dos clássicos jogos competitivos. Porém, vive no reino do RTS, que
tem visto o interesse do público cair com o passar das décadas. Nos últimos
anos, a Red Bull tem aproveitado o momento do esports e misturado com a
nostalgia da segunda edição do jogo, para tentar reviver a disputa. A marca tem
obtido certo êxito em atrair olhares curiosos, mas nada que a coloque como um
dos principais esports do momento. Nem mesmo o lançamento de Age of Empires 4,
que aconteceu em 2021, tem impactado. Falta até o apoio da Microsoft.

O que se
pode ver até aqui é um certo desinteresse da empresa dona do Xbox no cenário
competitivo. Parece querer aproveitar mais o hype que os esportes eletrônicos têm,
do que de fato desenvolver um jogo de maneira sustentável e com uma comunidade.

Com isso,
fica o questionamento de como a Microsoft irá tratar os principais nomes da
Activision/Blizzard dentro desse cenário. Overwatch, Call of Duty (de PC e
mobile), Starcraft 2 e Hearthstone são preocupações para o futuro do cenário
competitivo.

É preciso
que a Microsoft tenha uma mudança de mentalidade para não apenas aproveitar o
hype, mas também para se dedicar e entender que esse negócio é lucrativo e tem
um vasto caminho pela frente. Basta ver a Overwatch League, que contou com
investimento de US$ 20 milhões de dólares para quem quisesse ter um time na
liga.

Quem sabe não
só tomar o controle das IPs da Activision, mas absorver dela e de seus funcionários
o que for positivo para o esporte eletrônico. O mínimo será continuar no
caminho já trilhado até aqui, para depois expandir. Manter o ouvido aberto à
comunidade (mesmo que não muito, a Blizzard tem um histórico melhor de ouvir
seus jogadores, tanto no casual quanto no profissional), entender que o negócio
está nos primeiros passos e é necessário tempo para desenvolver e obter lucro
da competição.

O foco da Xbox está claro no momento: Gamepass. Aumentar a base, fornecer mais títulos e trazer o máximo possível de consumidores para o seu serviço. Esse é o plano para o futuro (talvez nem haja muitos planos de hardwares). Esperamos que os esportes eletrônicos achem seu lugar na terceira maior empresa dos games.

Caso isso aconteça, os desafios para cada título são diferentes. Mas isso é assunto para outro texto.

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