"Dupla eliminação"

Pelo 2º split seguido CBLOL mostra falha na lógica dos playoffs

Ginásio do Ibirapuera pronto para receber a final do CBLOL

Em 2022, o ano que marcou uma década da competição oficial de League of Legends no Brasil, a Riot Games trouxe novidades para a fase de eliminatórias de sua principal competição no país, o CBLOL. De maneira inédita, os playoffs chegaram com o formato de dupla eliminação. Ou seja, qualquer equipe que passe da fase inicial, de grupos, precisa perder DUAS vezes para ser eliminada.

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Isto é, quase qualquer equipe. Em uma falha grande – e proposital – o time que chegar até à final apenas vencendo perde o “direito” à sua derrota. De maneira prática, isso mostra que apenas vencer na fase eliminatória não é tão vantajoso quanto parece. Ainda mais no primeiro split, em que a data da semifinal para a grande final era de aproximadamente 20 dias, o que “esfriava” a equipe que vinha em um bom ritmo, enquanto as outras continuavam com o ritmo de jogo. No segundo split, foram duas semanas entre as partidas para a equipe que veio pelo lado vitorioso da tabela.

Taça do 2º split do CBLOL

CBLOL é um
dos poucos torneios grandes do mundo com formato de “dupla eliminação, mas nem
tanto”. A grande final tem o DEVER de permitir o chamado reset – que nada mais
é que quando a equipe que vem do lado dos Losers da tabela vence, reiniciando a
disputa na final para aí sim definir quem é o campeão. Quem acompanha vários
torneios de eSports, como os jogos de luta (FGC), já sabe como isso funciona.

Nos dois
splits, até agora, só houve uma equipe que sofreu essa desvantagem: a Pain Gaming.
Em ambos os splits, a equipe perdeu a partida final e ficou com o vice-campeonato,
sendo derrotado apenas em um set melhor de cinco. Vejam, isso de maneira
nenhuma serve para diminuir a vitória dos campeões: Red, no primeiro split, e
Loud, no segundo – em final que aconteceu na tarde de sábado (3) no ginásio do
Ibirapuera. Inclusive, o projeto da Loud tem sido um dos mais bem estruturados
do país, não só no League of Legends, mas em outras categorias também. E agora
ficamos na torcida para a Loud quebrar a péssima trajetória do Brasil no Worlds,
que cobriremos por aqui também.

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Mas a “dupla eliminação” do CBLOL trata-se da questão de ser justo com todos os times e que eles tenham o mesmo direito na fase. Pois afinal é consenso, tanto no esports e como nos esportes, que se aprende mais com derrotas do que vitórias. Afinal, é quando suas fraquezas geralmente são expostas. Quem chega na final com vitórias, acaba por ter essa chance tirada de suas mãos.  E nisso o segundo split serviu como exemplo. Na semifinal, do lado dos Winners, a Pain venceu a Loud, por 3 a 2 e mandou a equipe para o Losers side, apenas para perder por 3 a 0 na grande final. Ou seja, a Loud teve tempo de estudar o que deu errado com a Pain, conhecer melhor o seu adversário e soube usar isso nas partidas que lhe deram o título.

Alguém pode
questionar: mas como seria feita a transmissão? E esse é um problema que a Riot
tem que resolver, mas sem prejudicar uma das equipes e o próprio campeonato em
decorrência. Na final disputada no Ibirapuera, em apenas três partidas, foram quase
quatro horas de transmissão. Imagine se acontecesse o reset com dois cenários
de 3×2 para definir o campeão? Seriam mais de sete horas de evento. Também não
é possível pensar em deixar a final para outro dia CASO aconteça o reset. Porque
senão a final seria um grande gato de Schrödinger (o torneio “pode ou não”
acabar tal dia).

Enfim, ficamos de olho em como essa situação será definida para o próximo split, que acontece em janeiro de 2023.

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Em tempo: outra coisa que a Riot precisa repensar também é a final do Academy (ou o que era a segunda divisão até pouco tempo atrás) acontecer depois da final do CBLOL. Como que o produto “secundário” termina depois do principal? Deveria acontecer antes, não só para aumentar o hype para a disputa da finalíssima, mas também para aproveitar o momento e não ter seu jogo esvaziado pelo fato da principal competição já ter seu campeão. Novamente surge outro problema que é o tempo entre as partidas das equipes do CBLOL, já que a final do Academy acaba por ser em finais de semana, o que poderia esfriar mais ainda as equipes.

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