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"Dupla eliminação"

Pelo 2º split seguido CBLOL mostra falha na lógica dos playoffs

Por
Moreno Valério
03/09/2022 20:20 - Atualizado: 04/10/2023 20:03
Ginásio do Ibirapuera pronto para receber a final do CBLOL
Ginásio do Ibirapuera pronto para receber a final do CBLOL | Foto: Divulgação/Riot Games

Em 2022, o ano que marcou uma década da competição oficial de League of Legends no Brasil, a Riot Games trouxe novidades para a fase de eliminatórias de sua principal competição no país, o CBLOL. De maneira inédita, os playoffs chegaram com o formato de dupla eliminação. Ou seja, qualquer equipe que passe da fase inicial, de grupos, precisa perder DUAS vezes para ser eliminada.

Isto é, quase qualquer equipe. Em uma falha grande – e proposital – o time que chegar até à final apenas vencendo perde o “direito” à sua derrota. De maneira prática, isso mostra que apenas vencer na fase eliminatória não é tão vantajoso quanto parece. Ainda mais no primeiro split, em que a data da semifinal para a grande final era de aproximadamente 20 dias, o que “esfriava” a equipe que vinha em um bom ritmo, enquanto as outras continuavam com o ritmo de jogo. No segundo split, foram duas semanas entre as partidas para a equipe que veio pelo lado vitorioso da tabela.

Taça do 2º split do CBLOL
Taça do 2º split do CBLOL

CBLOL é um
dos poucos torneios grandes do mundo com formato de “dupla eliminação, mas nem
tanto”. A grande final tem o DEVER de permitir o chamado reset – que nada mais
é que quando a equipe que vem do lado dos Losers da tabela vence, reiniciando a
disputa na final para aí sim definir quem é o campeão. Quem acompanha vários
torneios de eSports, como os jogos de luta (FGC), já sabe como isso funciona.

Nos dois
splits, até agora, só houve uma equipe que sofreu essa desvantagem: a Pain Gaming.
Em ambos os splits, a equipe perdeu a partida final e ficou com o vice-campeonato,
sendo derrotado apenas em um set melhor de cinco. Vejam, isso de maneira
nenhuma serve para diminuir a vitória dos campeões: Red, no primeiro split, e
Loud, no segundo – em final que aconteceu na tarde de sábado (3) no ginásio do
Ibirapuera. Inclusive, o projeto da Loud tem sido um dos mais bem estruturados
do país, não só no League of Legends, mas em outras categorias também. E agora
ficamos na torcida para a Loud quebrar a péssima trajetória do Brasil no Worlds,
que cobriremos por aqui também.

Mas a “dupla eliminação” do CBLOL trata-se da questão de ser justo com todos os times e que eles tenham o mesmo direito na fase. Pois afinal é consenso, tanto no esports e como nos esportes, que se aprende mais com derrotas do que vitórias. Afinal, é quando suas fraquezas geralmente são expostas. Quem chega na final com vitórias, acaba por ter essa chance tirada de suas mãos.  E nisso o segundo split serviu como exemplo. Na semifinal, do lado dos Winners, a Pain venceu a Loud, por 3 a 2 e mandou a equipe para o Losers side, apenas para perder por 3 a 0 na grande final. Ou seja, a Loud teve tempo de estudar o que deu errado com a Pain, conhecer melhor o seu adversário e soube usar isso nas partidas que lhe deram o título.

Alguém pode
questionar: mas como seria feita a transmissão? E esse é um problema que a Riot
tem que resolver, mas sem prejudicar uma das equipes e o próprio campeonato em
decorrência. Na final disputada no Ibirapuera, em apenas três partidas, foram quase
quatro horas de transmissão. Imagine se acontecesse o reset com dois cenários
de 3x2 para definir o campeão? Seriam mais de sete horas de evento. Também não
é possível pensar em deixar a final para outro dia CASO aconteça o reset. Porque
senão a final seria um grande gato de Schrödinger (o torneio “pode ou não”
acabar tal dia).

Enfim, ficamos de olho em como essa situação será definida para o próximo split, que acontece em janeiro de 2023.

Em tempo: outra coisa que a Riot precisa repensar também é a final do Academy (ou o que era a segunda divisão até pouco tempo atrás) acontecer depois da final do CBLOL. Como que o produto “secundário” termina depois do principal? Deveria acontecer antes, não só para aumentar o hype para a disputa da finalíssima, mas também para aproveitar o momento e não ter seu jogo esvaziado pelo fato da principal competição já ter seu campeão. Novamente surge outro problema que é o tempo entre as partidas das equipes do CBLOL, já que a final do Academy acaba por ser em finais de semana, o que poderia esfriar mais ainda as equipes.

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