Nicolle Caliari vai abrir o UFC 318, no próximo sábado (19), em sua segunda luta desde que entrou para a organização, em setembro de 2024. Apesar da estreia com derrota, a paranaense está muito confiante para enfrentar Carli Judice.

Em entrevista ao UmDois Esportes, a brasileira contou que teve bastante tempo para reavaliar sua primeira luta, na qual foi superada por Ernesta Kareckaite por decisão dividida dos árbitros. Haviam pontos que precisavam de ajuste, mas de um modo geral, ela ficou satisfeita com a própria performance.

“Faltou muito da minha parte ir mais para frente. Tive golpes mais contundentes, mas andando muito para trás. Isso também significa que ela estava pontuando mais e buscando mais a luta. Mas faltou deles [juízes] contabilizar a parte das quedas, acho que não foi muito levado em consideração. Foi uma derrota com gosto de vitória, senti que faltou muito pouco. Mas foi algo que superei rápido, depois de assistir, ver meu desempenho, ver que fiz uma boa luta”, analisou ela.

Logo após sua estreia, Nicolle foi questionada se o peso-mosca feminino realmente deveria ser sua categoria e não o peso-palha, já que ela tem 1,60 metros de altura. Mas a decisão sobre essa divisão foi um pedido de seu próprio corpo, que não reagia bem ao corte de peso na divisão mais leve.

A única vez que ela conseguiu bater os 52 kg de uma forma saudável foi em 2015, quando aconteceu sua primeira luta. Depois disso, ela foi ficando cada vez mais debilitada nas lutas peso-palha ao ter que usar diuréticos, fazer horas de sauna e uma dieta bastante restrita.

“Na minha última luta, quase tive um problema no rim. Tomei três diuréticos para conseguir bater o peso e não bati. Na viagem, comecei a vomitar um líquido verde e ali eu decidi que não dava mais para mim no 52 kg. Não sei se é minha estrutura óssea é o que realmente pesa em mim, mas não não consigo. Fui meio que obrigada a subir de categoria. Era isso desistir da luta. E desistir não era uma opção“, cravou ela.

Rótulo de “patricinha” ficou para trás

Nicolle Caliari conseguiu um contrato com o UFC. Foto: Reprodução/Instagram
Nicolle Caliari. Foto: Reprodução/Instagram

Nicolle foi bastante desacreditada no começo de sua carreira profissional de MMA, já que aparenta ser uma “menina” delicada, dentro de padrões de beleza e começou a treinar na academia em que seu pai era sócio. Mas só a mudança para Florianópolis já mostrava que ela queria construir uma carreira sólida por conta própria.

“Era um rótulo que não cabe em mim. Eu sou muito maior que isso, as minhas batalhas, as coisas que eu enfrento, só eu sei. Está tudo bem não passar a impressão de que eu sofro nos bastidores, essa imagem de ser mais descontraída, mais feminina. É o que eu sou também, mas não sou só isso. Sou uma atleta que lutou tanto quanto todas as outras para estar aqui”, declarou.

A paranaense, que entrou para o UFC há menos de um ano, hoje soma oito vitórias em seu cartel, sendo todas pela via rápida —e é assim que ela pretende terminar a luta contra Judice, que tem um estilo bastante parecido com o de Kareckaite. Então, todos os ajustes que precisavam ser feitos após a derrota, foram trabalhados durante o camping.

“Acredito que vou conseguir pensar mais rápido e impor meu jogo, coisa que eu não consegui tanto com a Ernesta. Um nocaute, uma finalização, ou uma vitória por decisão também. Tenho certeza que vai ser uma boa luta”, garantiu.

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