UFC 315: Canadense apaga brasileiro, que chega a cinco derrotas seguidas

Bruno Silva, mais conhecido como Bruno Blindado, chegou em sua quinta derrota seguida ao ser nocauteado por Marc-Andre Barriault no UFC 315, que aconteceu na noite de sábado (10).
A luta, que foi a terceira do card preliminar, começou em pé, com o brasileiro conseguindo boas joelhadas. Mas quando o canadense, que lutava em casa, o levou para a grade, logo conseguiu encaixar duas cotoveladas que apagaram Blindado.
Já no chão, Barriault continuou dando socos em Bruno, até que o juiz interrompeu o combate, declarando o nocaute em apenas 1 minuto e 27 segundos.
O brasileiro foi atendido pela equipe médica ainda no octógono e demorou bastante para se levantar. O resultado acabou sendo oficialmente anunciado enquanto ele ainda estava no chão.
A última vitória de Blindado aconteceu em abril de 2023, com um nocaute contra Brad Tavares. Essa foi a primeira vez que o brasileiro perdeu por nocaute em toda a sua carreira no MMA.
Além da derrota, Silva ainda terá que ceder 20% de sua bolsa para o canadense como punição por ter ficado acima do peso permitido na categoria peso-médio.
Saúde mental e futuro no UFC em jogo
Com a quinta derrota consecutiva no UFC, o futuro de Bruno Blindado na organização foi colocado em risco. A situação fica ainda pior porque, antes da vitória em 2024, ele já vinha de uma sequência de duas derrotas.
Após o quarto resultado negativo, que aconteceu em outubro de 2024, Silva fez um forte desabafo sobre saúde mental e revelou que vinha sofrendo com crises de ansiedade.
"Estava esperando falar sobre esse assunto com uma vitória, para não ter motivo de alguém vir falar que era desculpa. Mas vou falar pelas pessoas que já passaram por isso, que têm vergonha e que gostam de mim. Há alguns anos venho tendo crises de ansiedade muito fortes, mas demorei para pedir ajuda", admitiu ele.
Na sequência, o lutador descreveu como eram suas crises e em que momento da luta com Ismail Naurdiev ela começou. "A impressão é que você está morrendo afogado, fica cansado, sem força. Tudo que eu queria era não estar mais ali no octógono a partir do segundo round, que foi quando veio", contou.
Naquela época, já havia o risco de seu contrato com o Ultimate ser encerrado por causa da sequência de resultados negativos. Mas seu foco era cuidar da saúde mental —ele até considerou fazer uma pausa na carreira.
"Tem luta que é mais difícil do que a do octógono. Com nosso corpo, mente e coração. Tenho uma vida pela frente e não vou voltar a lutar desta forma. Preciso de um tempo para mim. Vocês só vão me ver no octógono quando estiver curado e bem para lutar", disse.
Após a declaração, o UFC acabou mantendo o contrato do brasileiro. Ele voltou a subir no octógono pouco mais de seis meses após a declaração, sem tocar no assunto.