Opinião

Treinadores cobram caro porque se sentem inseguros

Kosloski no comando do Coritiba

Coloquem-se no lugar de um técnico no futebol brasileiro. Ele vive inseguro e sabe que pode cair a qualquer momento.

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Os dirigentes e os executivos dos clubes são instáveis, e também vivem acuados pelas cobranças dos torcedores e da imprensa.

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Pela dificuldade de organizar um planejamento a ser executado ao longo dos meses, primeiro pela falta de competência da maioria dos cartolas e dos executivos que se intitulam CEO, coach, head e outros babados; segundo pelo baixo nível técnico dos jogadores, já que os verdadeiramente bons de bola saem cedo para o exterior; e terceiro, obviamente, pela falta de bons resultados nos diversos campeonatos disputados.

Daí os treinadores cobram caro porque se sentem inseguros na função.

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Eles vivem no fio da navalha: erro na escalação, uma substituição que não deu certo, uma partida quase ganha e que de repente terminou empatada ou virou derrota, um detalhe quase esquecido que nem os auxiliares lembraram na hora do jogo.

O maior exemplo dessa instabilidade foi proporcionada pela diretoria do Flamengo, que dispensou Dorival Júnior após a conquista dos títulos na Copa do Brasil e na Libertadores. Sendo que no torneio continental o time realizou uma campanha irretocável: em 13 partidas, 12 vitórias e um empate.

Os substitutos Vítor Pereira e Jorge Sampaoli não chegaram nem perto do rendimento alcançado por Dorival Júnior com o melhor elenco do país.

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Outro absurdo foi o Santos contratar Diego Aguirre e dispensá-lo depois de apenas cinco jogos.

Há tempos sem um projeto competente em seu futebol, o Coritiba dispensou António Oliveira após a primeira rodada do Brasileirão e o substituto Antônio Carlos Zago duro muito pouco. Agora Thiago Kosloski enfrenta a missão quase impossível de manter o time na Série A.

Jogadores dificilmente derrubam técnicos. Jogadores só sentem que o técnico está condenado e, também eles no mesmo barco, só aguardam o fim. Não podem fazer nada.

Ouvem os protestos da torcida, as críticas da mídia, os cartolas com cara feia, cochichos em todos os cantos e acabam fazendo pouco para ajudar o “professor”.

Vida que segue, pois a bola não para.

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