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Terremoto à vista no futebol mundial

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Carneiro Neto
03/09/2021 12:25 - Atualizado: 04/10/2023 17:32
O presidente da Fifa, Gianni Infantino
O presidente da Fifa, Gianni Infantino | Foto: EFE/EPA/YURI KOCHETKOV

Cantinflas foi o maior comediante do cinema mexicano, porém apenas os mais velhos recordam dos seus filmes, entre eles o célebre "A Volta ao Mundo em 80 dias".

Mas a cena mais famosa da sua longa carreira é quando começa
a embaralhar as cartas para um joguinho com seus companheiros e pergunta:

“Jugaremos como caballeros o como lo que somos”.

Entenda-se como o que somos jogar sem princípios éticos e apelar para todo tipo de canalhice para vencer.

Pois bem. Há um terremoto à vista no horizonte do futebol
mundial.

Os cavalheiros que substituíram aqueles que foram afastados do comando da Fifa, acusados de corrupção - Sepp Blatter et caterva - estão batendo de frente com os grandes clubes do futebol europeu pela divisão do lucro.

Reagindo às chamadas Datas Fifa, durante as quais são realizados os jogos entre seleções nacionais, os principais clubes europeus começaram a colocar obstáculos, afinal são eles que investem na formação e na contratação dos atletas, pagam as contas mensais, promovem através de suas Ligas os campeonatos mais rentáveis do planeta e movimentam bilhões de euros a cada temporada.

A Fifa se aproveita da própria autoridade outorgada e promove a Copa do Mundo de quatro em quatro anos.

Agora, ela pretende realizar as Copas de dois em dois anos
abrindo evidente conflito de interesses esportivos e comerciais com os times.

É preciso entender que, historicamente, os Mundiais entre seleções atraem a atenção de todos pela reunião da elite futebolística em determinado país, de quatro em quatro anos, nos tempos sem transmissões das partidas pela televisão.

Com a evolução tecnológica e, principalmente, o desenvolvimento espetacular dos clubes europeus nos últimos 30 anos, a Copa do Mundo foi perdendo o encanto até chegar aos dias de hoje, onde os selecionados importam menos que os times de preferência dos torcedores.

A entidade internacional pretende criar uma comissão de
jogadores e ex-jogadores para forçar a barra da sua ousada pretensão atuando
intensamente em busca de apoio de agora até a Copa do Catar no ano que vem.

Aliás, a própria realização da Copa do Mundo no pequeno Catar representa autêntico desafio a nossa inteligência e, sobretudo, aos elevados teores de corrupção que cercaram a escolha.

Finalmente, cabe a pergunta: o que interessa mais ao torcedor telespectador, assistir uma partida entre grandes times recheados de craques internacionais ou um confronto entre seleções nacionais de qualidade técnica duvidosa?

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