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Sicupira e a bicicleta imortal

Por
Carneiro Neto
07/11/2021 21:06 - Atualizado: 04/10/2023 17:20
Sicupira e a bicicleta imortal
| Foto: Arquivo

Perdemos Barcímio Sicupira Junior.

O querido Sicupira, ídolo da torcida atleticana como jogador
e companheiro de rádio e televisão depois que pendurou as chuteiras.

O nome já nos remete a um período glorioso do futebol
brasileiro, durante o qual ele brilhou intensamente, jogando em times ao lado
de bicampeões e tricampeões mundiais pela seleção, no Botafogo, Athletico e
Corinthians.

Sicupira transporta-me ao passado poético em que os
jogadores se identificavam mais com os clubes que defendiam.

Vestiam e suavam a camisa transpirando arte, alegria e
vontade de mostrar o que sabiam fazer com a bola. No caso dele, com a bola no
chão, através de dribles, passes, toques, gols; com a bola no alto, cabeceios e
desconcertantes e artesanais bicicletas antológicas que o consagraram
definitivamente.

Jovem, ao chegar ao Botafogo de Nilton Santos, Garrincha,
Zagallo e outros, chamou a atenção por se chamar Sicupira. Nilton Santos, “A
Enciclopédia do Futebol”, perguntou se ele tinha outro nome. O garoto da Lapa
disse que o nome era Barcímio, daí Nilton Santos pediu para deixar Sicupira
mesmo.

Convivi com seu pai, o Capitão Barcímio Sicupira, uma
figuraça ligada ao Palestra Itália, depois a Federação Paranaense de Futebol e
ao Colorado.

Acompanhei de perto toda a carreira do garoto da camisa
número 8, como jornalista e como amigo pessoal, pois nos dávamos muito bem
desde sempre.

Lembro-me da sua estréia com a camisa do Athletico, em uma
partida com o São Paulo, em 1968 no estádio Durival Britto e Silva. Marcou um
golaço de bicicleta, a sua marca registrada.

Caiu no gosto do povão para sempre.

Daquele time que reunia a sabedoria de Djalma Santos,
Bellini, Nair, Dorval e Gildo com a força explosiva e criativa dos jovens
Madureira, Milton Dias, Nilson Borges e, é claro, Sicupira !

Foi um craque completo que caminha majestosamente para o
Portal da Eternidade.

Narrei muitos jogos e, sobretudo, muitos gols seus.

Era o tempo do predomínio do rádio, que levava a emoção do
campo de jogo diretamente para o ouvido do torcedor. Do ouvido, a capacidade
lúdica de cada um conduzia o relato para o coração.

A vibração da torcida nas alegres transmissões radiofônicas
era servida em drágeas como pentâmetro iâmbico em copotas, para ser recitado
com muita inspiração.

Depois da despedida como jogador exemplar, Sicupira aceitou
o desafio de tornar-se comentarista no rádio e na televisão.

Foi um sucesso de
público e crítica.

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