A seleção conseguirá se recuperar com o melhor técnico do mundo?

Quando ganhou o primeiro título mundial, em 1958, na Suécia, a seleção brasileira foi convocada e dirigida pelo quase desconhecido Vicente Feola.
A sua convocação foi obra do dirigente Paulo Machado de Carvalho – apelidado posteriormente de o Marechal da Vitória –, convidado pelo presidente da então CBD, João Havelange, para reorganizar o selecionado nacional.
Empresário da comunicação paulista, rádio e televisão, Paulo Machado de Carvalho era ligado, futebolisticamente, ao São Paulo, e como diretor de futebol sagrou-se campeão paulista em 1957, tendo como treinador o húngaro Bela Guttmann, que contava com o gordo Feola como auxiliar.
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Com a disciplina imposta pelo novo diretor e com a experiencia e carisma de Feola, a fantástica geração de Gilmar, Nilton Santos, Didi, Garrincha, Pelé e tantos outros, conquistou a primeira Copa do Mundo, encantando o planeta com a beleza do futebol praticado.
Pois bem. Agora, a CBF anunciou a contratação do italiano Carlo Ancelotti, simplesmente, o treinador mais vitorioso do futebol europeu nos últimos tempos, mas que nunca comandou uma seleção. Ele foi auxiliar técnico da Itália na Copa do Mundo de 1994.
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Quanto a qualificação profissional e o histórico vitorioso de Ancelotti, não cabe nenhum tipo de discussão, afinal, trata-se simplesmente do maior. As dúvidas ficam por conta da falta de comando inteligente do futebol na CBF, ausência de planejamento estratégico para a seleção e, sobretudo, a visível falta de motivação da maioria dos jogadores quando vestem a camisa canarinho nos últimos tempos.

Bons jogadores nós temos, mas eles são dispersivos dentro da nova normalidade do futebol excessivamente mercantilista que predomina nos últimos 15 anos, e acabam decepcionando inteiramente, tanto que o Brasil ainda não assegurou, matematicamente, a sua presença na extravagante, e ultra mercantilista, Copa do Mundo a ser disputada nos três países da América do Norte.
Resta a pergunta que não quer calar: A seleção brasileira conseguirá recuperar-se com o melhor técnico do mundo?
Carneiro & Mafuz
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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...