O futebol brasileiro continua desconcertante, não só pela ausência de pessoas mais capacitadas no comando da CBF – Confederação Brasileira de Futebol -, nas federações estaduais e, principalmente, nos clubes que simplesmente não demonstram a intenção da criação de uma Primeira Liga do Futebol, descolando-se da CBF.
É impressionante o desrespeito dos cartolas dos principais clubes do país com o torcedor e com a própria história do Campeonato Brasileiro, cada vez com menor atração técnica, motivação e fonte de inspiração para as novas gerações que não nutrem a mesma paixão pelo futebol como em acontecia em passado recente.
A chapa esquentou nos últimos dias, pois o presidente da CBF contratou o técnico Ancelotti e, como prêmio, foi afastado do cargo.
Trocando em miúdos, de nada adiantou o senhor Ednaldo Rodrigues, fraquíssimo sob todos os aspectos, ter sido reeleito por unanimidade recentemente e, provavelmente motivado pelo feito, teve a ousadia de contratar Carlo Ancelotti para comandar a seleção.
Ele simplesmente investiu no mais famoso e vitorioso técnico do planeta, mas por tramas política de bastidores, acabou derrubado.
Samir Xaud, candidato único à CBF. Foto: Divulgação
Agora o novo presidente será um desconhecido, praticamente um salto no escuro, o senhor Samir Xaud, que dirige a federação de Roraima, um estado sem qualquer tradição ou importância futebolística. Mas parece que atende aos interesses dos grupos que trabalham nos bastidores com múltiplos interesses no milionário mundo da bola.
Resta a nós, simples mortais que acompanham as tramas políticas do futebol brasileiro a longa distância, aguardar os próximos passos e ver até que ponto o afastamento do presidente que o contratou influenciará na vinda do senhor Carlo Ancelotti.
Espera-se que o novo treinador, com todos os requisitos e recomendações que o cercam, seja feliz na primeira convocação e não perca tempo com jogadores famosos ou bilionários, que participaram dos recentes fracassos da seleção, que há cinco copas do mundo sequer chegou a uma semifinal ou a uma decisão do Mundial.
É preciso mudar a cara do escrete nacional, convocando jogadores que possam contribuir, efetivamente, como uma mudança sob os auspícios do melhor técnico do mundo.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentarista, trabalhou em jornais e televisões, com destaque sua coluna na Gaze...