Opinião

Poucas alegrias e muitas dúvidas nos times paranaenses

Temporada ruim para os times de Curitiba. Interior vai bem com Londrina e Operário

Dante Alighieri, o gigante da literatura medieval italiana,
explicando o título de sua obra-prima, afirma que comédia é uma historia que
começa mal e termina bem, enquanto tragédia é uma historia que principia bem e
acaba mal.

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Essa deve ser a dúvida que passa pela cabeça dos torcedores
dos times paranaenses.

Aos nos aproximarmos do final deste tumultuado certame de 2020, observamos o Londrina comemorando a ascensão da Série C para a B, o Operário satisfeito em manter-se na B, o Paraná humilhando-se com a séria ameaça de rebaixamento para o grupo C, o Coritiba vivendo o drama de voltar mais uma vez para o lado B e o Athletico tentando se equilibrar para evitar um completo fracasso nesta arrastada temporada.

Dirigido pelo empresário de futebol Sergio Malucelli, o
Londrina apresentou altos e baixos nos últimos anos. Mas, apesar dos
solavancos, o time sobrevive com dignidade.

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O Operário deve o sucesso alcançado, tanto com a conquista do título estadual – depois de cem anos de espera – do que o destaque no plano nacional, ao grupo liderado pelo gestor Álvaro Góes.

O Fantasma tem sido promovido pela mídia. Um belo trabalho, sem dúvida.

Paraná tem perspectivas sombrias

Com crônicas dificuldades financeiras, esvaziamento do
quadro social, afastamento de dirigentes ilustres, o Paraná não conquista títulos
há mais de dez anos, subiu e desceu para a Primeira Divisão brasileira e,
agora, está na iminência de ser remetido a Terceira Divisão.

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Resultou na renuncia do presidente Leonardo Oliveira e as perspectivas em Vila Capanema continuam sombrias.

Coritiba: um fracasso administrativo

De tantas divisões políticas através dos tempos, o Coritiba
acabou dirigido nos últimos três anos por um grupo originário da sua principal
torcida organizada.

Um fracasso administrativo.

Agora, com gestores tarimbados e com um planejamento consistente de recuperação, mesmo que caia de novo para a série B, o Coxa enxerga uma luz no fim do túnel.

+ Confira a classificação completa do Brasileirão

Athletico virou um time fantasma

O Athletico, de encantador nas temporadas de 2018 e 2019 –
com as conquistas dos títulos estaduais, da Copa Sul-Americana, da Copa
Intercontinental J.League/Conmebol no Japão e da Copa do Brasil – virou um time
comum, beirando a mediocridade técnica.

Graves erros foram cometidos na reformulação do elenco, após
a venda dos melhores jogadores, e na constituição da comissão-técnica com o
abrupto afastamento do vitorioso Tiago Nunes.

Para agravar a situação o Furacão virou um time fantasma,
ausente da televisão aos olhos dos seus apaixonados e fiéis torcedores, por
capricho do presidente Mario Celso Petraglia.

Curiosa a sua longa passagem pelo clube.

Depois do que realizou esportivamente e engrandeceu o
patrimônio, deveria ser cultuado como uma divindade entre os atleticanos.

Mas o que se percebe é uma relação de admiração e
distanciamento.

Todos concordam com o conteúdo da sua admirável capacidade
de realização, mas muitos discordam da forma de comunicação e relacionamento
humano.

Com tudo isso, concluo que o futebol paranaense confunde o florentino Dante Alighieri, que deve pensar em outra forma literária para descrevê-lo: até aqui ele foi ao mesmo tempo comédia e tragédia.

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