Política e futebol: apenas promessas

Bismarck, o maior estadista alemão do século 19, dizia que “nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma pescaria”.

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O motivo é patente: o clima desses momentos favorece a glorificação dos interlocutores, sejam atores em contenda eleitoral, países em conflito com outro – quem não se lembra da versão argentina logo no início da Guerra das Malvinas? – ou pescadores falando dos peixes fisgados.

Já na esfera da política alguns veteranos do voto não se constrangem ao afirmar que a versão é mais importante que o fato.

Pois é o que estamos assistindo no desfile de hipóteses envolvendo candidatos presidenciais, algumas aceitáveis, umas claramente exageradas e outras margeando o terreno da obviedade.

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Pano rápido para entrarmos no cenário do futebol brasileiro.

A maioria dos dirigentes de clubes revela-se como verdadeiros políticos desgastados na tentativa de justificar os maus resultados dos times e explicar as más contratações realizadas.

A verdade sempre passa longe das entrevistas coletivas.

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Raros os que assumem o erro.

Via de regra transferem a responsabilidade para os membros da comissão técnica ou, principalmente, para o treinador já demitido. Nunca se viu tamanha rotatividade de técnicos e jogadores como nas últimas temporadas.

Outro dia esta Gazeta informou que os três times da capital contrataram, dispensaram ou passaram para frente mais de 150 jogadores. Ou seja, Atlético, Coritiba e Paraná gastaram dinheiro para a formação de praticamente 15 equipes e continuam cumprindo campanhas sofríveis nos campeonatos que disputam.

Acrescente-se a esse volume de compromissos trabalhistas assumidos o entra-e-sai de técnicos e membros das comissões técnicas.

E, se levantarmos o olhar para os outros estados com participantes na série A e B, verificaremos, sem a necessidade de algum esforço extraordinário, que o panorama é rigorosamente igual.

Isso explica, sem qualquer margem de erro, o estado de penúria em que se encontra a maioria dos clubes do futebol brasileiro.

Como na corrida dos candidatos a Presidência da República não se observa nas entidades – CBF e federações estaduais – e nos clubes um estudo, ou mesmo a formulação, de algum plano estratégico de recuperação para os próximos anos.

Antes, pelo contrário, são apenas promessas requentadas que desalentam o respeitável publico cansado de tantos solavancos no dia-a-dia do país.

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