Os três caminhos para a felicidade e a bússola do futebol

Os caminhos da felicidade

Algo que me intriga é abrir um livro, qualquer tipo de revista ou wikipedia da vida e ler que os egípcios e os gregos foram civilizações evoluídas na Antiguidade, que faziam e aconteciam, mas que se perderam através dos tempos.

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Curioso. Como é que com o passar dos séculos um povo perde os seus referenciais? Bem, talvez seja fácil explicar. Basta dar uma olhada na maioria dos países da América Latina.

Os filósofos gregos reconhecem três formas de felicidade: a dos prazeres materiais, a da glória e da virtude.

A primeira é a mais cultivada e se transformou nos países desenvolvidos numa espécie de religião. É o evangelho da sociedade de consumo e, através dele, o homem procura o máximo de bens materiais e seu desfrute.

É a valorização do ter, do possuir, no lugar do ser.

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No passado, era um sinal de status ser estudioso, intelectualmente preparado, honesto, responsável, educado, trabalhador, etc. Hoje em dia o valor do cidadão é diretamente proporcional aos bens acumulados.

Na segunda forma, a felicidade é o alcance da glória.

Alguns procuram as colunas sociais para a notoriedade, outros o caminho da política e assim por diante. Nesse esquema de vida o homem, para se sentir feliz, necessita da aprovação dos demais. No clube, na sociedade ou na rua.

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Esta forma não é incompatível com a anterior, na qual o importante é ter e não ser.

Para muitas pessoas o poder é tão fascinante quanto o dinheiro.

No terceiro caminho, o homem atinge a felicidade pela virtude. Os seus atos, independentemente das compensações materiais ou necessidade de aprovação, constroem a felicidade. Um gesto, uma palavra, uma ação, podem levar o individuo a se sentir bem, com leveza espiritual.

A felicidade diária é muito difícil, já que a vida exige uma variedade de comportamentos e experiências. E felicidade não é só prazer. As vezes nem nos damos conta de nossa felicidade. Basta um sorriso, uma palavra gentil ou a vitória do seu time de coração para melhorar o humor.

O esporte funciona como um grande canal extravasor na liberação das emoções reprimidas.
O futebol, então, é uma verdadeira catarse.

Não só pelo envolvimento afetivo, tensional ou lúdico durante uma partida. Mas pela participação coletiva de milhares de desconhecidos, das mais variadas classes sociais e econômicas, religiões, matizes políticos ou ideológicos, que se unem na arquibancada do estádio para viver o clima do jogo.

Sofrer e vibrar em conjunto como se todos compusessem uma grande irmandade. Vai ver que é mesmo. Sob o manto sagrado do time todos fazem parte da mesma corrente durante o tempo em que a bola rola no gramado.

O último jogo deste ano, que deu ao Athletico o título de campeão da Copa Sul-Americana, funcionou como autêntico laboratório de teste para todos os torcedores envolvidos no espetáculo. Dentro e fora da Arena da Baixada, os atleticanos sofreram, choraram, riram e comemoraram o mais difícil triunfo da longa história do Furacão.

Os caminhos da felicidade no futebol são múltiplos, coloridos, sonoros e absolutamente arrebatadores.

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