O espetacular ressurgimento da torcida do Paraná, na Arena da Baixada, e as comemorações do Operário e Londrina, com seus títulos nacionais, revigoraram o futebol paranaense nos últimos dias.
A bola sempre foi sinônimo de alegria. Desde a bola de papel até a bola de couro.
Com o passar do tempo a atividade lúdica de brincar com a bola transformou-se em um dos mais lucrativos negócios do mercado mundial. Profissionalizado, mercantilizado e tratado como o esporte mais popular do planeta o futebol virou a principal atração dos canais de televisão.
Abastecendo os principais centros futebolísticos do mundo com seus jogadores, o futebol brasileiro sofreu inegável processo de esvaziamento técnico e as nossas equipes enfrentam dificuldades para manter os padrões esperados pelo público.
Mas, se baixou o nível técnico pela escassez de melhores jogadores, os estádios continuam recebendo os torcedores que não abdicam da paixão clubística. O fanatismo de muitos tem garantido os altos índices de audiência na transmissão dos jogos pela televisão e a média de público tem sido razoável nas arenas.
Se a seleção brasileira vai muito bem, obrigado, como a única sul-americana classificada com larga antecedência para Copa na Rússia, nossos times padecem nos campeonatos nacionais e continentais. Com as exceções de praxe.
Enquanto a dupla Atletiba, com a superada política de contratar bateladas de jogadores sem muito critério e promover insensato troca-troca de treinadores, patina na série A do Campeonato Brasileiro, descobrimos outras fontes de alegria.
Depois de ter sido campeão estadual pela primeira vez, o centenário Operário Ferroviário conquistou o título da série D nacional e ganhou um calendário recheado para a próxima temporada.
Resultado de um trabalho sério e com muita dedicação dos empresários de Ponta Grossa que se uniram em torno do projeto de recuperação do Fantasma. O próximo passo é melhorar as condições do estádio de Vila Oficinas.
Depois de ter sido campeão estadual e subido para a Série B, o Londrina venceu o Atlético Mineiro e ficou com a taça de campeão da Primeira Liga.
Mérito do executivo de futebol Sergio Malucelli que trabalhou durante anos pelo Iraty e, agora, recupera o Londrina.
Conhecedor da matéria e negociante experiente, o eficiente Salada tem oferecido exemplos de moderna gestão futebolística. O principal, no meu enxergar, é a permanência do técnico Claudio Tencatti, há seis anos no comando do time londrinense.
Como a bola sempre foi sinônimo de alegria, as 40 mil pessoas que bateram o recorde de bilheteria na Arena da Baixada proporcionaram espetáculo inesquecível no triunfo do Paraná sobre o Internacional.
Lição de humildade e bom senso da diretoria tricolor que colocou o sentimento e a lealdade do torcedor acima dos interesses comerciais do futebol.
Mostrou que ainda dá para conciliar as necessidades financeiras com a festa que só o povo sabe produzir.
Leia também
A festa do povão: como é bonito um estádio moderno e com alegria