O Brasil e seu jeito próprio de interferência externa no apito

Arbitragem de Avaí x Flamengo foi muito polêmica. (Foto: Frederico Tadeu / Avaí)

A teoria da jabuticaba diz respeito aquilo que só existe no Brasil, como a saborosa frutinha que nasce exclusivamente em nosso país.

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Foro privilegiado ou ponto facultativo são jabuticabas bem conhecidas, mas existem dezenas de outros usos e costumes ou jabuticabas jurídicas que assinalam o caráter nacional.

De uns tempos para cá temos observado o surgimento de uma espécie rara de jabuticaba no apito das partidas de futebol. Ou seja, a introdução de um método que contraria diametralmente as orientações da “International Football Association Board – IFAB”, órgão da FIFA que regulamenta as regras do jogo.

Houve alguns testes com o olho eletrônico para ajudar a tirar dúvidas dos apitadores em jogos do último Mundial de Clubes, mas exclusivamente nos lances de impedimento, interpretação de penalidades máximas e o registro se a bola ultrapassou totalmente a linha do gol. A experiência causou alguns desconfortos pela falta de maior conhecimento do novo sistema por parte de árbitros e auxiliares.

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Mas como a entidade mundial ainda não implantou oficialmente o sistema de dirimir as dúvidas da arbitragem através das imagens gravadas pela televisão a iniciativa ficou no meio do caminho.

No Campeonato Brasileiro deste ano, por exemplo, por questões econômicas, ainda não foram introduzidas as câmeras suficientes para o registro dos acontecimentos no campo. Porém, alguém anda se comunicando de fora para dentro em alguns lances polêmicos.

Mas como não há regra clara estabelecida para esse tipo de novidade parece mais uma criação com sabor bem Brasil.

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É bandeirinha que não marca impedimento e depois volta atrás; é árbitro que apita pênalti e depois volta atrás. Só que o respeitável público, em casa ou no estádio, não toma conhecimento de onde vem a ordem para a correção dos equívocos. A coisa anda nebulosa e deveria ser melhor esclarecida pela Comissão de Arbitragem da CBF.

Arbitrar é difícil, ainda mais aqui onde os nossos jogadores têm o hábito permanente da reclamação. Praticamente nada aceitam do árbitro, o que sempre dificulta o trabalho exercido sob pressão de todos os lados.

São muitos interesses em jogo na exótica mistura de arte, força, esperteza, ilusão e paixão.

Sem regras muito claras torna-se impossível entender o espírito da arbitragem do novo futebol brasileiro.

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