Tite entrou na lista para a escolha do melhor técnico de futebol do ano.
O bem sucedido novo orientador da seleção brasileira, que levou o time a classificação antecipada para a Copa da Rússia, foi reconhecido internacionalmente e vai disputar o prêmio com gente graúda.
Zidane, Guardiola, Ancelotti, Simione, Mourinho, Conti e outros são os seus concorrentes.
Mas, afinal qual é a real influência dos técnicos no futebol ?
Para muitos, durante uma partida a interferência do treinador no resultado final não passa de 30%, pois são os jogadores que efetivamente resolvem as coisas dentro de campo.
A televisão afastou de vez o torcedor dos estádios
Pode ser, e acredito mesmo que a importância do técnico em uma equipe competitiva é menor durante o jogo do que na preparação do time. Ou seja, a verdadeira comunicação do comandante dá-se durante os treinamentos individuais, setoriais ou coletivos, e nas conversas pessoais com cada jogador explicando o que espera dele na partida seguinte.
O treinador conhece o seu elenco, estuda os adversários e pela experiência de anos no futebol inspira os comandados.
Mas se errar na forma de armar o time, de promover as substituições e de agir no calor da disputa assume todas as conseqüências. Ele fica sujeito aos humores da torcida e as avaliações da mídia.
Após os maus resultados, os dirigentes sempre tratam de proteger-se e encontrar logo um bode expiatório para acalmar os torcedores.
Além dos requisitos de conhecimento da matéria, estudos estratégicos para a formulação dos esquemas táticos a serem usados o “professor” necessita possuir espírito de liderança e voz de comando. Só assim ele consegue insuflar os jogadores na concentração, no vestiário ou mesmo ao lado do gramado.
Indivíduo sem personalidade forte e profundo conhecimento dificilmente conseguirá sucesso no rocambolesco mundo futebolístico.
É uma profissão de risco. Muito instável porque depende dos resultados obtidos pelo time nas competições.
Por isso os profissionais da área ganham muito acima da média no mercado de trabalho e não raras vezes ficam meses sem emprego, mas continuam recebendo verdadeiras boladas por conta do contrato assinado pelo clube que o demitiu.
Como não poderia deixar de ser o universo dos treinadores é amplamente dominado por ex-jogadores, restando muito pouco espaço para os teóricos que se qualificam para a ambicionada, milionária e perigosa função.