Futebol requer uma radical mudança na sua cultura e nas suas estruturas

É melhor fingir que o torcedor está entre as férias escolares e a proximidade do feriado de carnaval, ignorando solenemente o maior jogo do futebol paranaense. É preferível, do que insistir na critica aos dirigentes que não aprendem a lição. Ou, por outra, os cartolas continuam caprichando para matar a galinha dos ovos de ouro.

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Com um calendário antiprofissional, uma sequência de jogos boçal, obviamente, com nível técnico baixo, e os estádios absolutamente vazios, segue o futebol brasileiro e, por extensão, o sul-americano caminhando trôpego pelas veredas da vida.

Mas ninguém pode ignorar os ventos que clamam por mudanças soprando de todas as direções.

Todos os brasileiros andam cansados e deprimidos com o triste espetáculo produzido por políticos, empresários e autoridades nos últimos anos.

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Observa-se um panorama desolador para as eleições deste ano diante da quantidade absurda de partidos políticos e a melancólica redução de candidatos respeitáveis.

Capítulo sombrio da nossa história quando milhões de pessoas ainda acreditam em salvadores da pátria, como é o caso do ex-presidente da República condenado pela Justiça por prevaricação no cargo.

No mundo do futebol, onde só os ingênuos não percebem o desagrado dos torcedores com a forma que vem sendo administrado, toma corpo o diagnóstico de que ele requer uma radical mudança na sua cultura e nas suas estruturas.

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Claro, o País inteiro necessita passar por completa reforma, já que nenhum candidato à presidência da República apresentou até agora um projeto inteligente de recuperação para o Brasil.

Com os clubes pagando o preço da omissão e se vendo obrigados a cumprir um calendário irracional; sofrendo as consequências dos desvios da Lei Pelé nas relações com jogadores, empresários e procuradores; jogando por jogar sem que se enxergue no horizonte algo que represente planejamento adequado, como acontece nos campeonatos europeus, o futebol brasileiro continua a sua rotina de esvaziamento das expectativas do torcedor.

A velocidade por mudanças confronta a estagnação.

O sentimento em favor de transformações que varre o País nasceu há muito tempo e a pressão vai aumentar cada vez mais.

No campo político o presidencialismo de coalizão na forma bastarda adotada, cujas afinidades eletivas com as práticas vigentes, assemelha-se ao anacronismo e a resistência à inovação da CBF, das federações estaduais e dos próprios clubes.

O roteiro apresentado, por candidatos e partidos políticos para a disputa eleitoral não está à altura da excepcionalidade do momento nacional.

A sociedade de hoje apresenta-se mais moderna do que o seu Estado.

E o futebol, principal válvula de escape das tensões populares, está com o tecido esgarçado.

A temporada futebolística nem bem começou e não se sabe ao certo que times são esses que estão em campo.

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