O apertado calendário do futebol brasileiro exige cada vez mais dos profissionais
Por causa da Fifa, que tomará conta das datas no meio do ano para as suas próximas competições – Mundial de Clubes nesta temporada e Copa do Mundo na próxima -, todas com fortes e indisfarçáveis teores políticos e econômicos, com inevitável desgaste pelo excesso de participantes em cada torneio, a maioria dos países está em polvorosa.
E não são apenas os brasileiros, submetidos aos anacrônicos e deficitários campeonatos estaduais para atender aos interesses políticos da CBF e das federações, com grandes prejuízos aos clubes sem liderança para se impor no atual contexto do nosso futebol, mas os poderosos times europeus também reclamam fortemente.
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Ocorre que estamos vivendo tempos difíceis, tanto na geopolítica global, quanto nas mudanças climáticas impactantes e nos interesses comezinhos de lideranças políticas de terceira categoria no comando dos países mais importantes. A queda de qualidade na política do planeta é assustadora. Faz lembrar o pensamento do genial ex-goleiro e intelectual francês Albert Camus, há 60 anos: “Cada geração se crê destinada a refazer o mundo. A nossa, entretanto, tem a tarefa bem mais importante: a de impedir que o mundo se desfaça”.
O apertado calendário do futebol brasileiro exige cada vez mais dos profissionais. Vejam o caso do nosso modesto futebol paranaense, que chega às etapas decisivas do seu campeonato ao mesmo tempo em que os principais participantes começaram a disputar a rentável Copa do Brasil.
Torcida do Coritiba não sabe a quem recorrer
Logo na primeira rodada, o Coritiba foi eliminado pelo singelo Ceilândia e como havia sido derrotado pelo Maringá, no primeiro confronto das quartas-de-final do estadual, mergulhou em profunda crise tática, técnica e emocional.
E o ano nem bem começou para a fiel torcida coxa-branca que simplesmente não sabe a quem recorrer diante da supremacia imposta pelos termos do contrato conhecido, popularmente, como Sociedade Anônima do Futebol. Antigamente protestava-se contra o técnico e os jogadores e xingava-se os dirigentes. Hoje só sobrou para os profissionais dentro do campo, pois os chefões estão distantes e são pouco identificáveis.
Os próximos jogos prometem mexer profundamente com os torcedores dos times do futebol paranaense.
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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...
