A queda do Coritiba não chegou propriamente a surpreender o torcedor.
Antes, pelo contrário, depois da virada do São Paulo em pleno Alto da Glória todos os coxas-brancas começaram a se preparar para o pior.
E o pior não aconteceu na derrota para a Chapecoense, mas ao longo das seis últimas temporadas quando o Coritiba disputou a série A apenas com a preocupação de não ser rebaixado.
Por mais que os dirigentes mexessem e remexessem na formação do elenco, provocassem o aumento do grande passivo financeiro do clube e tentassem, desesperadamente, dar um sentido técnico a equipe, nada aconteceu.
O Coxa ensaiou durante seis anos para cair de novo e acabou caindo no último minuto da última rodada do campeonato.
Por ironia do destino o empate estava salvando a pele alviverde com a derrota do Vitória para o Flamengo, mas o gol marcado pela Chapecoense no último instante, confirmado a virada no placar, decretou o amargo veredito.
A verdade é que durante o segundo tempo da partida final o time de Marcelo Oliveira não conseguiu reagir ou mesmo mostrar algum tipo de talento para merecer o gol da vitória salvadora. Ao contrário, foi amplamente dominado pela fraca Chapecoense que demonstrou entusiasmo, pressionou, acertou bola no travessão do goleiro Wilson e finalmente fez o gol que manteve vivo o seu sonho de voltar a Libertadores.
Neste frustrado Coritiba pós-eliminação, gostaria de ver a reação dos homens importantes do clube que se mobilizam para mais um processo de sucessão presidencial.
Eles devem se debruçar e dedicar o tempo aos prejuízos que envolvem o rebaixamento, promovendo criterioso inventário do que restou no departamento de futebol profissional do clube.
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O CONSOLO DA SUL-AMERICANA
Atlético venceu fácil o Palmeiras. Foto: Felipe Rosa
Se compararmos os planos atleticanos de janeiro até a despedida com goleada sobre o Palmeiras chegaremos a conclusão de que foi desperdiçado um ano promissor.
O calendário estava recheado, a base do time da temporada anterior era satisfatória e a torcida estava esfregando as mãos para apoiar o time na Arena da Baixada.
Tudo deu errado. O calendário foi desperdiçado pelo preciosismo e, sobretudo, incapacidade dos gestores do futebol atleticano que promoveram um esquisito rodízio de jogadores que não proporcionou nenhum resultado satisfatório.
Pilotando a comissão-técnica Paulo Autuori deixou a função de treinador para o jovem Eduardo Baptista, mas continuou cometendo equívocos como supervisor, ao ponto de criticar até mesmo os associados e torcedores por terem vaiado um jogador. Ora, se a platéia protesta até nos espetáculos do Lincoln Center ou da Broadway porque deixaria de vaiar num campo de futebol ?
Metade do quadro social deixou de ir aos jogos e as torcidas organizadas foram impedidas de entrar no estádio. Foi um balde de água fria no até então incandescente Caldeirão, terror dos adversários.
Em meio a uma sucessão de contratações mal sucedidas o clube trocou o comando técnico pela terceira vez: Fabiano Soares, que se confessou contrário a treinar o importante fundamento da cobrança de pênalti, tocou a marimba aos trancos e barrancos.
Para quem sonhou alto, restou apenas o consolo de uma vaga na Copa Sul-Americana.