Coritiba aceitou a virada do Paysandu de forma bisonha e complicou-se
O técnico Jorginho desabafou após a desconcertante derrota do Coritiba para o Paysandu, admitindo nas entrelinhas que se tornou praticamente impossível o acesso do time alviverde à Série A nesta temporada.
Mesmo com um jogador a mais, as substituições promovidas por Jorginho não contribuíram para a melhoria técnica ou estratégica do Coxa. Antes, pelo contrário, a equipe permaneceu apática e sem condições de administrar a vantagem conseguida com o gol de Junior Brumado, após bela jogada individual de Lucas Ronier.
O fenômeno que se abate sobre a maioria dos times brasileiros na atualidade choca, mas não surpreende, pois até o Botafogo que investiu milhões para se tornar campeão tem patinado pelo mesmo motivo: falta de personalidade do moderno jogador brasileiro. Eles alternam procedimentos e iniciativas, muitas vezes durante o mesmo jogo, tornando os times irregulares e inseguros.
Com o Coritiba não é diferente e a campanha neste campeonato da Série B espelha a dura realidade, que ainda é difícil de ser assimilada pela maioria, especialmente pelos apaixonados e ingênuos torcedores.
Além da falta de atitude, soma-se a limitação técnica da maioria e daí se explica o triunfo do Paysandu sobre o Coritiba.
Crise do Coritiba já é antiga
Só que a crise do Coritiba não é de hoje. Ela é antiga e mais ampla do que se pensa, pois envolve uma série de situações que necessitam de maiores considerações, com destaque ao próprio entendimento conceitual do que se trata, efetivamente, a novidade Sociedade Anônima do Futebol.
Basta verificar quantos CEO’S, executivos, treinadores e jogadores foram contratados e dispensados pelo clube desde que o grupo de investimento Treecorp assumiu o comando do Coxa.
Sob o ponto de vista técnico, a meu ver, o maior equívoco cometido foi do então diretor de futebol Paulo Autuori ao contratar um auxiliar do Botafogo, Fabio Matias, como técnico do Coritiba. Foi um fracasso retumbante, que apenas após a chegada de Jorginho os bons resultados apareceram. E ainda assim insuficientes para retirar o time da incomoda posição em que se encontra.
Carneiro & Mafuz
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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...