Copa Libertadores da América é ópera e ranger de dentes

Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O São Paulo foi o único representante brasileiro a não obter classificação para a fase de grupos da Copa Libertadores da América.

continua após a publicidade

Fruto do amadorismo da atual diretoria e da inexperiência dos responsáveis pela formação do elenco e escolha dos profissionais da comissão técnica. Ou seja, o São Paulo conseguiu dar sequência a tudo o que havia feito de errado na temporada passada.

Virou o ano e o modelo de gestão no futebol do Morumbi foi mantido rigorosamente do mesmo jeito.

A esperança é de que o competente e dedicado técnico Cuca promova a imprescindível reforma. Do piso ao teto.

continua após a publicidade

Os outros sete times viveram a experiência da primeira rodada e a maioria saiu-se bem. Curiosamente os únicos derrotados foram os Atléticos. O com H e o Galo, este em pleno Mineirão. E com um futebol de completa indigência técnica.

É impressionante como alguns treinadores e diversos jogadores não aprendem a encarar cada campeonato conforme a sua personalidade própria. Ou, por outra, é preciso compreender que cada campeonato tem um caráter diferente. Até mesmo alma diferente.

Não se pode entrar em campo em jogo da Libertadores com o espírito desarmado, por exemplo, dos campeonatos estaduais. O peso é outro. Daí as exigências serem bem diferentes.

continua após a publicidade

O equivoco cometido pelo Athletico Paranaense é recorrente: ele despreza o estadual e entra sem ritmo de jogo nas competições de maior envergadura.

Por isso a equipe demora a engrenar, às vezes tarde demais. O recomendável seria alternar a formação principal com a reserva no curso do estadual simplesmente para dar cadência aos titulares.

Mas, Mario Celso Petraglia brigou com a Federação Paranaense de Futebol e faz questão de ignorar o torneio, mandando entrar em campo um time alternativo.

Os profissionais aceitam, pois ninguém quer bater de frente com o manda-chuva do Furacão. Só que não precisavam arriscar os seus empregos, apenas ponderar com o dirigente de que a ciência do futebol é diferente da engenharia política. Sem entrosamento e padrão técnico o time patina, como aconteceu na derrota para o apenas esforçado Tolima. Simples assim.

Os demais venceram e o Grêmio empatou. Uma boa largada verde-amarela.

A Libertadores equivale-se a milionária Liga dos Campeões, respeitadas as devidas e largas diferenças, obviamente.

No mais importante campeonato europeu os clubes que conseguem reunir os melhores jogadores, formando verdadeiras seleções, muitas vezes mais fortes do que aquelas que representam os próprios países de origem, são os favoritos ao título.

Na tentativa de conquista da América são requisitos básicos sangue, suor, lágrimas e, é claro, bom futebol.

Por isso são competições completamente diferentes. Não há termos de comparação entre o gabarito técnico da Liga dos Campeões, ou Champions, se preferirem, com a mescla do ranger dos dentes e técnica necessária na disputa do nosso continente.

Para os modestos padrões de exigência do atual futebol sul-americano a Copa Libertadores da América é ópera.

Exit mobile version