Opinião

CBF tentou conter, mas a máquina continua moendo os técnicos no Brasileirão

Renato Gaúcho e Alberto Valentim, técnicos de Flamengo e Athletico, se cumprimentam

Renato Gaúcho e Alberto Valentim já passaram por outros clubes na temporada e estão pressionados.

Antes de a bola começar a rolar no Campeonato Brasileiro deste ano, a CBF apresentou uma novidade para tentar conter o cai-cai dos técnicos. Na prática não funcionou.

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O objetivo da CBF era reduzir as demissões unilaterais, como uma espécie de proteção à categoria dos técnicos, mas aumentou o número de demissões em comum acordo entre os profissionais e os clubes contratantes. O arranjo do comum acordo está aí, tanto que a máquina de moer gente continua no Brasileirão.

Não é preciso citar todos os que entraram e saíram das equipes durante esta temporada, pois clubes tradicionais também se perderam pelo meio do caminho.

O Grêmio, por exemplo, iniciou com Renato Gaúcho, passou a contar com Tiago Nunes, a seguir substituído por Felipão e atualmente tem no comando Vagner Mancini.

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O mesmo se aplica ao Athletico, que teve Paulo Autuori, António Oliveira, de novo Paulo Autuori e, agora, Alberto Valentim.

Mudam-se os técnicos, segue a mesma pressão por resultados

Por falar em Alberto Valentim, ele ainda não conseguiu se firmar no cargo e tem desagradado a torcida atleticana nas escolhas feitas, escalações, substituições e, sobretudo, no padrão de jogo do time, que afundou no Brasileirão.

Tem o seu futuro colocado a prova em duas partidas decisivas: com o Flamengo, pelas semifinais da Copa do Brasil, e com o Bragantino, na final da Copa Sul-Americana, em Montevidéu, se conseguir chegar até lá.

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Até mesmo Renato Gaúcho tem sido colocado em xeque no Flamengo, sobretudo após alguns tropeços que praticamente abriram as portas do título nacional ao Atlético-MG. Ele também aposta todas as suas fichas em duas partidas decisivas: com o Athletico, no Maracanã, e com o Palmeiras, na final da Libertadores, também em Montevidéu.

O Corinthians, sempre em ebulição, alterna procedimentos dentro de campo e, dependendo dos resultados, pode sobrar para o técnico Sylvinho.

Sylvinho vem sendo cobrado no Corinthians.

Não é diferente com Fábio Carille que mal chegou ao Santos e já sofre a pressão dos maus resultados.

Este é o quadro atual do tumultuado futebol brasileiro, que, se por um lado mostra saúde de touro premiado, com quatro times nossos decidindo os dois mais importantes torneios do sub-continente sul-americano, na outra face mantém a tradição da insegurança da maioria dos treinadores na função.

Por estas e outras que o nível técnico do Brasileirão deixa a desejar, nas suas quatro divisões.

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