Opinião

Calma, Petraglia, você é grande; mas o Athletico é maior

O líder atleticano passou do ponto ao reduzir a rica e vibrante história do clube que preside a “Era um timinho de bairro”.

Já ninguém pode ter dúvidas quanto ao caráter de arma de dois gumes adquirido pelos novos meios de comunicação social, na medida em que ampliaram sua penetração e influência sobre o público recipiendário das mensagens que vinculam.

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Daí, o acréscimo da responsabilidade de todos os que gozam do privilégio que constitui a utilização desses modernos meios, responsabilidade que conduz, diretamente, ao compromisso com a sinceridade, no que diz respeito às opiniões expedidas e à autenticidade, no referente as informações transmitidas.

No que toca as opiniões, em que consistirá a sinceridade afinal ?

Na exposição das ideias em que se acredita no fato ou na crítica, dependendo do caso, não pela presunção descabida de quem as transmite, pois não detém, necessariamente, a posse de verdades irretorquíveis definitivas.

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Ao contrário, pode haver excessos de ambos os lados: de quem formula a crítica e de quem se sente atingido.

O que não podemos é mistificar, deliberadamente, a história, como aconteceu no infeliz imbróglio que levou o presidente do Athletico, Mario Celso Petraglia, subir o tom e contribuir para aumentar a balbúrdia nas redes.

Atacar é fácil, construir é difícil. Entretanto, o líder atleticano passou do ponto ao reduzir a rica e vibrante história do clube que preside a “Era um timinho de bairro”.

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Não, positivamente jamais o Athletico foi isso, mesmo nos tempos de vacas magérrimas em termos financeiros e técnicos.

O Athletico sempre foi um time popular, de massa e com grande influência no futebol. Basta recordar dos milhares de jogadores que vestiram a camisa rubro-negra com amor, das centenas de dirigentes que se sacrificaram através de décadas para manter o clube vivo e, sobretudo, dos milhões de torcedores que passaram, religiosamente, pela velha Baixada e se orgulham, obviamente, do requinte da atual Arena da Baixada.

Calma Petraglia, você é grande; mas o Athletico é maior.

Todos reconhecem o magnífico trabalho realizado nos últimos 25 anos, período em que o Furacão se projetou extraordinariamente em todas as áreas, tornando-se poderoso patrimonialmente e vitorioso esportivamente.

Os atleticanos serão eternamente gratos ao presidente Petraglia, entretanto ele não pode, nesta altura de uma vida plena de realizações, desprezar o passado e acreditar que o futuro não é da sua conta.

Faz lembrar o episódio ocorrido na França, no século Dezessete, quando Madame de Pompadour, amante do rei Luis XV, tentando animá-lo após uma batalha militar perdida, declarou ao seu ouvido para que ele repetisse em público: “Aprés nous, le déluge”, ou seja: Depois de mim, o dilúvio.

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