Boas recordações

29/06/1958 - O jogador brasileiro Bellini, capitão da equipe, levanta a Taça Jules Rimet, conquistada pelo Brasil após bater a seleção da Suécia por 5 a 2 no estádio Rasunda, em Estocolmo (Suécia).

No meio do ano são relembrados os feitos da seleção brasileira de futebol através dos tempos.

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São as boas recordações das conquistas dos cinco campeonatos mundiais.

Curiosamente nas duas edições do evento no Brasil a seleção decepcionou. Impacto mais doloroso em 2014, após goleadas acachapantes para Alemanha e Holanda, do que em 1950, quando o time verde-amarelo caiu na final por um desses misteriosos sortilégios da bola.

Como os acontecimentos são feitos de paradoxos a proximidade da Copa na Rússia começa a mexer com a torcida nacional que anda otimista com a equipe formada por Tite. O experiente treinador devolveu confiança aos novos valores que corresponderam com a classificação antecipada.

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Nesta época do ano são exaltados os feitos dos melhores craques que o país produziu.

É antiga a discussão em torno do qual time foi o mais completo. A meu ver, foi o da conquista do primeiro título mundial em 1958. De Gilmar a Zagallo todos foram irrepreensíveis, com destaques especiais para Didi, Garrincha e Pelé que barbarizaram nos campos suecos.

A seleção ganhou o bicampeonato no Chile em um torneio reconhecidamente de baixo nível técnico.

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A conquista do tri no México aproximou muito o time de 1970 da perfeição de 1958. Pelé, doze anos mais velho, comandou verdadeira sinfonia futebolística com Gérson, Tostão, Jairzinho, Rivellino e outros.

Nos 24 anos que separaram o tri do tetra, surgiu uma geração que mesmo derrotada pela Itália em Barcelona é reverenciada pela arte na Copa de 1982. Muitos têm saudade do raro talento de Zico, Cerezzo, Falcão, Sócrates e outros.

Se Romário ganhou nos pênaltis a Copa de 1994, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho e o paranaense Kléberson arrancaram suspiros e aplausos internacionais na bela campanha do penta em 2002.

Foram momentos mágicos que mexeram com estudiosos e intelectuais da realidade brasileira levando-os a pensar neste enigma perturbador: como é que um povo que se tem em tão baixa estima, que se sente humilhado pela corrupção do sistema político e inseguro pelas constantes crises econômicas, um povo travado por tantos problemas de identidade, apático, consegue produzir uma seleção de futebolistas aptos a trabalhar duramente enfrentando a descrença da maioria e confrontando-se com as melhores equipes mundiais conseguiu impor-se como o maior vencedor da história.

O frêmito de emoção que varreu o país em cada conquista, unindo os brasileiros de todas as classes, regiões e condições, fazendo-os pulsar como um só coração, dissolveu todo o cinismo, todo o ceticismo, todo o pessimismo que corrói no rançoso dia-a-dia a nossa crença no pleno êxito da Pátria.

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