O atual time do Atlético faz lembrar o mestre Tom Jobim e a sua famosa música com o aviso inicial: “Eis aqui este sambinha, feito numa nota só. Outras notas vão entrar, mas a base é uma só”.
Na maioria das apresentações do Furacão o time repete o mesmo padrão: arrumadinho no conjunto, toque de bola no meio de campo e incansavelmente inoperante no ataque.
Como não repete a mesma escalação, o treinador Fabiano Soares ainda perdeu três jogadores importantes para o jogo com o Cruzeiro: Thiago Heleno, Nikão e Gedoz. Se bem que ele não tem utilizado Gedoz como deveria acontecer.
Outros jogadores entraram na equipe, mas a base foi uma só: equilíbrio na meia-cancha, algumas oportunidades criadas e repetidamente desperdiçadas pelo esforçado avante Ribamar.
Até que Arrascaeta mostrou como é que se finaliza e marcou o gol da vitória.
Os alas Jonathan e Fabrício voltaram a jogar abaixo do esperado, Sidcley perdido entre as funções de armador ou ponta-de-lança e as modificações promovidas na etapa complementar não conseguiram mudar o panorama.
Assim, na reta final do campeonato, o Atlético vai se distanciado do bloco de candidatos a uma vaga na Libertadores.
Wilson fazendo história
A goleada de 4 a 0 sobre o Avaí proporcionou grande alegria a torcida do Coritiba.
Não apenas pelo resultado que ajudou a tirar o time do sufoco da zona de rebaixamento, mas pelo fato de o goleiro Wilson estar fazendo história no clube.
Tradicionalmente o Coxa sempre contou com grandes arqueiros. Começou com Rey, nos anos 1930; foi defendido por Ari e Nivaldo na década seguinte; teve Hamilton nos gloriosos anos 1950 até chegar ao categorizado Célio Maciel.
Surgiram a seguir Joel Mendes, Carvalho, Jairo, Sergio, Mazzaropi, Manga, Rafael, Gerson, Fernando Prass, Vanderlei e, agora, Wilson.
Presença marcante na meta, sempre bem colocado, antecipação segura nas bolas altas, orientador dos zagueiros, liderança natural, pegador de pênaltis e batedor com classe, como foi demonstrado na cobrança segura na partida com o Avaí.
Mas a noite alviverde não teve apenas o brilho do goleiro, pois a zaga comportou-se bem, o meio de campo esteve em plano elevado, com destaque para a boa atuação de Alan Santos, e o ataque movimentou-se bastante confundindo a marcação catarinense.
Melhorou o astral do elenco com nova vitória e a recuperação da confiança em retirar o Coritiba da posição em que esteve nos últimos meses.
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