Nikão e Kléber personificam a irregularidade de Atlético e Coritiba

Nikão, do Atlético, e Kléber, do Coritiba. Aniele Nascimento/Gazeta do Povo e Hugo Harada/Gazeta do Povo.

Uma das características mais regulares do futebol paranaense é, justamente, a irregularidade.

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Vemos um admirável Nikão, numa partida, para revermos um discreto e distraído Nikão na partida seguinte; vemos um aplicado Kléber, num jogo, para lamentarmos um indisciplinado Kléber em seguida. Vemos um pouco mais: um Atlético com futebol de competição nos primeiros desafios da Libertadores, um aplicado Atlético na goleada sobre o Vitória e descontraído e desatento na derrota para o Cruzeiro.

Quando todos contavam com a recuperação do Coritiba, ao receber o Sport, veio a desconcertante goleada em pleno Alto da Glória. Quando poucos esperavam a reabilitação em Florianópolis, eis que se desenhou implacável goleada sobre o Avaí.

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Os altos e baixos de Kléber nascem, de certo, de seu temperamento. É facilmente irritadiço. Concentra-se e desconcentra-se em uma mesma partida, o que o leva a fazer uma linda jogada, agora, para dar uma bobeada, a seguir. Cuspir no rosto de um companheiro de profissão é abominável. Entretanto, pelo histórico dos julgamentos do STJD, a pena aplicada ao artilheiro coxa-branca foi exagerada.

Citei Nikão porque, individualmente, é o melhor jogador do limitado elenco atleticano. Ele tem tentado salvar o time, mas não conta com muitos apoios. As exceções ficam por conta dos alas Jonathan e Sidcley, do volante Otávio e de vez em quando do jovem Matheus Rossetto. Muito pouco para o Furacão encarar os desafios do vasto calendário desta temporada. Sem esquecer de que personagens importantes na campanha do ano passado, como Weverton, Paulo André, Thiago Heleno e Pablo vêm claudicando há algum tempo.

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Para agravar o drama na Arena da Baixada, a diretoria promoveu três trocas no comando técnico em menos de dois meses. Exemplo pronto e acabado de planejamento mal elaborado e administração gerida por espasmos emocionais dos cartolas.

Sem Kléber, o técnico Pachequinho terá de recompor o desenho do seu ataque e contar com a superação coletiva do grupo. O atual elenco do Coxa atende as necessidades básicas para uma campanha intermediária e, dependendo das circunstâncias, com a possibilidade efetiva de conquistar uma vaga no calendário internacional. Mas ainda há longo caminho a ser percorrido em um campeonato extremamente equilibrado.

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