Que o Club Athletico Paranaense desenvolveu-se de maneira extraordinária nos últimos anos ninguém discute.

Ou, se discute a transformação processada, que se dê uma olhada no CT do Caju, na Ligga Arena, nos inúmeros jogadores lançados e nas conquistas de títulos.

Porém, como se trata de um clube fora do chamado eixão – Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre – houve resistência para admiti-lo no seleto grupo dos considerados grandes times do futebol brasileiro.

Mas as constantes presenças em momentos decisivos nos principais campeonatos disputados – Brasileirão, Copa do Brasil, Sul-Americana e Libertadores – elevaram a categoria do Furacão no ranking da mídia esportiva nacional e continental.

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Porém, as perdas dos títulos para o Atlético Mineiro na Copa do Brasil, para o Flamengo na Libertadores da América e as recentes eliminações nos mesmos torneios nesta temporada, acenderam a luz vermelha, ou a luz rubro-negra.

O Athletico precisa fugir do estigma de time “quase”.

Ou, por outra, deve se organizar com mais competência no seu departamento de futebol para a elaboração de um planejamento com menor margem de erros na formação da comissão técnica e, sobretudo, do elenco, para evitar eliminações dentro do seu próprio estádio.

Além de magoar os fiéis torcedores, essas derrotas para Flamengo e Bolívar evidenciaram as carências técnicas que vinham sendo por mim apontadas há muito tempo.

Felipão e Paulo Turra deram de ombros para os alertas, tanto que insistiram com o ala esquerdo Pedrinho enquanto Fernando só foi lançado após a denúncia das apostas. E Fernando confirmou estar mais preparado para ser o titular, tanto que nem o recém-contratado Esquivel conseguiu substituí-lo à altura.

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O miolo de zaga é um convite à valsa para os atacantes adversários e isso vem de muito tempo com o acúmulo de contratações equivocadas para o setor.

Não é possível que uma equipe que pretende entrar no rol dos principais do continente continue levando gols na base do chuveirinho. A ausência de um primeiro volante também tem contribuído para o enfraquecimento defensivo.

Mas tem o lado positivo, claro. O goleiro Bento anda barbarizando; os alas Madson e Khellven dão conta pela direita; Fernandinho, Erick e Christian estão jogando demais; Vitor Bueno, Pablo e Cannobio alternam boas e más jornadas e Vitor Roque é um craque com muitos recursos técnicos.

Tudo somado, tudo medido, basta um pouco de competência na formulação do projeto futebolístico para o ano do Centenário quando a torcida espera comemorar um título relevante.