Análise

A praça de guerra no Manchester United e uma reflexão para o futebol brasileiro

Protesto dos torcedores do United

Não é comum no chamado Primeiro Mundo observar os incidentes que impediram a realização da partida entre Manchester United e Liverpool, domingo, pelo Campeonato Inglês. Centenas de torcedores do Manchester United encontraram um jeito de invadir o gramado do estádio Old Trafford em sinal de protesto contra a família Glazer, que tem o controle acionário do clube há alguns anos.

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O americano Malcolm Glazer, dono do time de futebol americano Tampa Bay Buccaneers, dos Estados Unidos, comprou a maioria das ações do Manchester United e injetou milhões de euros no clube inglês que vinha atravessando um momento financeiro difícil. Ele morreu em 2014 e os seus filhos, Joel e Avram, assumiram o controle do tradicional clube da Inglaterra.

Só que dentro de campo as coisas não caminham bem e a torcida, como acontece com todas as torcidas insatisfeitas do mundo, não aguenta mais ficar tanto tempo sem título e resolveu colocar o bloco na rua. Ainda mais que o vizinho, da mesma cidade – o Manchester City – tem brilhado intensamente na constelação do futebol europeu.

Campeão da Liga Inglesa em 2013 e ausente das finais da Liga dos Campeões da Europa desde 2011, quando perdeu o título para o Barcelona, não tem sido positivo o retrospecto do time, daí a revolta com direito a pedir a cabeça dos irmãos Glazer.

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Situação do Manchester United chama a atenção para movimento no futebol brasileiro

Estou aproveitando o gancho para chamar atenção daqueles que imaginam que a solução dos inúmeros problemas que cercam a maioria dos clubes brasileiros seja a criação da Sociedade Anônima. Não é bem assim.

Clube com vocação para boas gestões, coisa rara do lado de baixo da linha do Equador, e com responsabilidade econômica-financeira na administração dos negócios do futebol certamente terá chance de sair-se bem com a provação da Lei da AS.

Entretanto, clubes falidos, com dirigentes incapazes e irresponsáveis, sem perspectiva de recuperação a curto ou a médio prazo terão as mesmas dificuldades com a mudança.

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Basta lembrar que os investidores que vierem a assumir o comando do clube em dificuldade simplesmente não se responsabilizarão pelo passivo registrado e, com isso, evidentemente, as ações trabalhistas, de cobrança e outros processos continuarão tramitando no Poder Judiciário.

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