O argentino é um povo que exterioriza mais os seus sentimentos do que o brasileiro. Bem por isso, logo que um jogador surge, os torcedores dão-lhe apelido, que incorpora ao seu nome para o resto da vida. Às vezes, além da vida, como Diego Maradona. Em vida, era “El Pibe de Oro” , e depois da morte, é “El Dios”.
Em um passado recente, o Athletico recebeu os inesquecíveis Lucho González, “El Comandante”, e Marco Ruben, “El Gran Capitán”. Aqui, entre parênteses: procurei pelo apelido de Cuello, mas não o encontrei. Isso quer dizer que os argentinos não têm sentimentos para todos.
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Agora, o Furacão recebeu e vai apresentar a sua nova atração: Bruno Zapelli, 21 anos, meia esquerda, que aqui chegou como “El Mago”.
Foi assim batizado em Belgrano, não pelo estudo dos astros, como era na Pérsia, mas no sentido do latim, do qual se origina: encantador, sedutor. No caso, com a bola nos pés. Talvez, no CT do Caju, o “El Mago” de Zapelli ganhe o significado de Melquior, Baltasar e Gaspar. Se for assim, dará ouro, incenso e mirra para o Furacão.
Contam maravilhas de Zapelli. Acredito. Mas contavam, também, de Canobbio e Cuello. Só que nunca acreditei.