O novo treinador do Coritiba, Antônio Carlos Zago, tem um histórico conturbado. Como zagueiro foi excepcional jogando por São Paulo, Palmeiras, Corinthians e, em especial, pela Roma. As lembranças de final de carreira não são boas.
Em 1997, jogando pelo Corinthians, agrediu o médico do Athletico. Em 2005, acusado pelo atacante Robson, do Paysandu, de ter se referido a Belém do Pará, como “terra de índio”. Em 2006, após uma discussão com o volante Jeovânio, de cor negra, jogando pelo Juventude contra o Grêmio, apontou para a cor do próprio braço. Foi suspenso por 120 dias e denunciado pelo Ministério Público por incentivo ao racismo. Dez anos depois foi perdoado por Jeovânio.
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Em razão desse histórico, certa vez, já acertado para treinar o Vasco, perdeu o contrato por pressão da torcida. Por esses antecedentes, é tratado com desconfiança pela classe de jogadores. Instável emocionalmente, portanto, impaciente, tem dificuldades de cumprir por inteiro um contrato como treinador. Quando realizava o seu melhor trabalho, no Bragantino, deixou o clube e foi trabalhar no Japão.
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Zago, que é um devorador de livros, já deve ter lido o humanista francês Albert Camus para quem “a vida é a soma de todas suas escolhas”. Fora esse seu descontrole emocional, quem o conhece afirma que se trata de um treinador estudioso e moderno, seguindo as lições da escola “Dinizista”, fundada por Fernando Diniz.
Com certeza, os coxas continuarão tendo muitas emoções para serem vividas.