O empate em Goiânia (1×1) foi mais uma prova de que o Athletico é um time melancólico. Se fosse triste, talvez, haveria solução. Os contrastes entre Bento, Vitor Roque, Fernandinho, Erick e Canobbio (esse pela luta) com os outros, tornam-o um time sem direito a ter objetivos práticos de vida.

À exceção desses, todos são indispostos a não passar dos seus limites naturais. Talvez, seja impossível. E, aí, a ausência de um projeto sério no futebol intervém para tornar tudo pior.

O ano começou com Paulo Turra improvisado e, quando houve oportunidade de solução definitiva ao comando do time, improvisou outra vez, agora com Wesley Carvalho, um treinador de base e, por isso, com as ideias restritas ao básico.

Se não bastasse, não tem personalidade para manter Vidal e Cuello como reservas. A presença do argentino, em Goiás, como em qualquer jogo, é inexplicável.

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Contra o fraco Goiás, o Furacão foi incapaz de homenagear o gol fantástico de Vitor Roque mantendo a vitória por 1 a 0. Bipolar, transformou o bom primeiro tempo no seu pior jogo desta temporada, não suportando a simples pressão adversária.

Projetar grandes conquistas com um comando improvisado e fraco, e no campo com Khellven, Madson, Zé Ivaldo, Cacá, Vidal, Cuello, Cirino, Pablo e esperar o amanhã de Zapelli e Esquivel é aumentar as espécies do mercado para a venda: ao mesmo tempo em que cede Vitor Roque, vende ilusões.

A diferença é a de que Roque é pago pelo dinheiro estrangeiro (Barcelona) e as ilusões pela paixão de arquibancada.

Como contra o América Mineiro, o Grêmio, o Santos, em Goiânia, o Furacão perdeu mais dois pontos. E, assim, vai seguindo a sua vida vendendo craques e ilusões. E agora surgiu um outro problema: Fernandinho parece com a mente cansada. E com razão: ele, tão honesto e profissional, não se sente confortável em ver que a torcida está sendo iludida.