Pelo futebol ser um esporte de resultado e não de meio, o Athletico vai cumprindo a obrigação no Estadual. Vencendo o Maringá por 1 a 0, na Baixada, conjugando com os 2 a 0 no Willie Davis, em números, o sobrou na semifinal. Como favorito, vai decidir o título com o Cascavel.
Como mudou o futebol. Com raríssimas exceções, nos dias atuais, o jogador não tem mais o ideal que o motiva a jogar, também por prazer e por respeito ao torcedor.
Veja só esse time do Athletico nesse jogo da Baixada.
As circunstâncias lhe imprimiam a obrigação de jogar mais do que com a obrigação. O aniversário do clube comemorado por toda a Curitiba e a presença de 23 mil atleticanos na Baixada exigiam bem uma entrega emocional.
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No entanto, à exceção de Bento, Khellven, Fernandinho, Christian e Pablo, que têm origem no Caju, o time foi desprezivel. Só nos minutos finais é que apareceu alguém com objetivos mais puros: Léo Cittadini.
A falta crônica da ordem de jogo somou-se à indisposição de ir além do que era necessário. É quando a ausência de ideal é projetada ao exterior pela indolência e pela soberba, a falta de ordem tática ganha ainda mais relevância. Explica-se aí que a bola do gol da vitória marcado por Christian, passou por Léo Cittadini e Pablo.
Mas houve coisa pior do que o jogo no campo.
A aparição pública de Márcio Lara para tratar de assuntos relevantes como o contrato do site de apostas que renderá R$50 milhões em três anos (Robson Bonin, Radar, Veja) e a SAF do Athletico. Se Petraglia não pode, o silêncio e os fatos falam pelo clube.