“Ganhar é perigoso”, disse certa vez Johan Cruyff. Demorou um pouco, mas o mundo acabou o entendendo. O genial holandês tinha a consciência de que o técnico, às vezes, além de estudar o adversário, escalar e armar o seu time, tem que administrar o sucesso que não rara estufa o ego dos jogadores. Quantos títulos já se perdeu e irá se perder, em razão de que a soberba soprepõe a consciência dos limites individuais.
Desse mal, o Athletico não irá sucumbir em La Plata no jogo contra o Estudiantes, que decide uma vaga na semifinal da Libertadores. Ao contrário, o motivo mais forte do sucesso do Furacão vem sendo o espírito de renúncia dos jogadores.
Sem nenhuma vaidade, disciplinam-se ao método de Felipão como se fosse só de verdades absolutas. A partir daí, por ser metódico, o time não inventa; sem ser submisso, disciplinam-se com rigor. Se esse mecanismo está dando certo até agora, não há razão para expor a vaidade que existe dentro de cada jogador por ser humano.
A ideia que se tem é que o Furacão, deixando de ganhar no ambiente cheio de fervor que é a Baixada, terá que fazê-lo na pressão argentina.
Na Baixada teve impedida a vitória em razão da falta de espaços para criar e ter chances objetivas de gol. Mas sendo o futebol movido à contradições, os mesmos espaços que faltaram na Baixada irão sobrar em La Plata para os rubro-negros.
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Dizem que Felipão irá escalar três zagueiros (Heleno, Pedro Henrique e Nico), dois volantes (Moura e Alex Santana), um meia, também, marcador (Fernandinho) e outro que volta (Terans). Se o time for muito apertado pelo Estudiantes dirão que o esquema é defensivo.
Teoria. Independente dos números que identificam um esquema, mais do que ninguém Felipão sabe que futebol é ocupação de espaços. E no ataque, há momentos para isso.
Espaços para Vitor Bueno não irão faltar.
Daí…