O maior de todos os argelinos, Albert Camus, Nobel de Literatura, já era famoso quando veio ao Brasil, em 1949, por suas obras sobre a teoria do absurdo, “A Peste” e “O Estrangeiro”. Na antologia “Camus, o Viajante”, narra-se que a sua chegada foi discreta. Manuel Bandeira a recebê-lo, experimentou o que mais gostava, a solidão.

Em um dos jantares, no Rio de Janeiro, recusou a sugestão de camarão frito. Justificou: “Não devo procurar no Brasil o que tenho na França”. Na época, a Argélia era colônia francesa.

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Enfim, chegou para o Coritiba SAF o argelino Slimani, 35 anos, que até agora ganhou a vida fazendo gols pelo mundo. Recebido como uma espécie de “Messias”, que irá salvar o Coritiba da Segunda Divisão, foi saudado com festa.

A questão não é simples. Em 2023, Slimani não vem tendo uma atividade regular por estar sem contrato. Em literatura de arquibancada, estava desempregado. Transformando em metáfora, o argumento de Camus, para não comer camarão frito, provoca-se a seguinte questão: precisando de gols com urgência, por que razão os donos do Coxa foram a Argélia buscar um atacante inativo, ignorando o mercado brasileiro, no qual, com dinheiro, tudo se encontra?

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