Em São Januário, com Arturo Vidal no meio, o Athletico perdera a velocidade. Bem por isso, foi dominado por um estado de inércia no primeiro tempo, parecendo ignorar a sua ostensiva supremacia sobre o Vasco, lanterna do Brasileirão.

Por nada ocorrer por acaso, no futebol não há coincidências. O que existe é o fato, e o fato é o inevitável.

A saída de Vidal iria abrir espaços para Fernandinho ir à frente e criar jogadas para Vitor Roque. Na etapa final, imediatamente após a troca do chileno por Vitor Bueno, e com a saída do inacabado Canobbio, o Athletico voltou a ser precioso.

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No futebol brasileiro, há poucos que têm a capacidade de mudar as coisas. Entre as exceções, está Fernandinho. É uma benção para os atleticanos tê-lo jogando pelo Furacão, aos 38 anos de idade. É uma figura rara no futebol mercantilista. Joga, também, por amor.

Então, o craque, com espaço para ir à frente, com a bola nos seus pés e os olhos enxergando pela inteligência, acabou com o tédio e fez Vitor Roque jogar. Os dois, com espaço e pensando, são irresistíveis.

Aos 25 minutos, ganhou a bola e lançou Vitor Roque, que vendo Christian entrando de trás e pelo meio, o lançou. Gol de Christian, 1×0. E seguindo o roteiro próprio de um grande diretor, aos 34 minutos, lançou Vitor Roque, que foi derrubado na área. De pênalti, Vitor Bueno, 2×0.

O Athletico resolvia um jogo que ele próprio tornou difícil na etapa inicial. E teve mais: quando precisou, o espetacular Bento evitou a reação do Vasco. Fez três defesas que para um goleiro comum seriam milagres. Como Bento não é comum, foram defesas normais.

Se os fantasmas existiam em São Januário e assustavam o Athletico, estão mortos.