Crônica

Perdi Roseli. Choro como irmão, e como jornalista

Por ser, ainda, um sonhador adoro viajar no tempo e voltar para épocas anteriores de minha vida. Roseli morreu.

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Ontem, Roseli me embarcou em uma dessas viagens. Volto a 1972 para encontrá-la na histórica redação dos jornais Estado do Paraná e Tribuna do Paraná, na Barão do Rio Branco, onde nossas vidas tomaram o rumo definitivo. A redação pulsava com política, polícia e futebol.

Trabalhando na Rádio Guairacá, fui convocado por Albernir Amatuzzi para o futebol da Tribuna. Já Roseli tinha outra vocação: o jornalismo político. Enquanto eu corria à Baixada esperando a última “bomba” do Furacão, Roseli investigava para noticiar os bastidores políticos

Já nessa época, o seu ideal como jornalista ficou ao seu alcance. Com a saudosa Rosirene Gemael e Marilena Wolf, compôs o núcleo de uma geração que brilhou sob o comando daquele que seria adotado como ídolo definitivo: Mussa José Assis.

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Terna e dócil foi uma das poucas pessoas que me compreendia. Quando criança e adolescente, era o meu escape, o meu consolo. Fez-me um carinho quando voltei chorando da Vila Capanema, naquela noite gelada de 1968, porque o Athletico de Bellini e Zé Roberto, havia perdido o título para o Coritiba com o gol no último minuto de Paulo Vecchio.

Desprovida da ambição material, era uma jornalista em estado puro, que é o típico jornalista de um mercado restrito de Curitiba, que parece se sustentar no ideal. De posse do fato, a matéria era questão do espaço oferecido. O seu poder de síntese era invejável.

Perdi uma irmã e o jornalismo paranaense perdeu uma das suas mentes mais brilhantes. Depois de chorar como irmão, tenho o direito de chorar como jornalista.

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Essa coluna é uma homenagem ao viúvo Antônio, aos filhos Toninho, Elton e Ana Cristina, e aos netos Valentina, Caio e Cauê.

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