Opinião

Rebeca e quando se devolve a esperança

Rebeca Andrade comemora o ouro nas Olimpíadas

Rebeca é o motivo do sorriso brasileiro.

O Brasil que chora todos os dias pelos já seus mais de 550 mil mortos, vítimas da política insana do combate à Covid-19, ganhou um inesperado motivo para chorar as lágrimas da alegria reprimida: contra dogmas e tabus, garbosa, a menina Rebeca Andrade ganhou a medalha de ouro da ginástica feminina nos jogos Olímpicos de Tóquio.

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Ela, que tinha todos os motivos para sucumbir diante da pressão de um país carente de ídolos, espantou o medo com sorriso.

Pobre, alimentada só pelo amor dos pais, criada e educada nos tablados de ilusões, Rebeca provoca uma inspiração de juízos e conceitos, ainda mais, nessa época de discriminação intolerante.

Rebeca renovou uma impagável lição que o saudoso tribuno Márcio Moreira Alves ensinava, e que o Brasil sempre desprezou: “O negro não é pobre por ser negro. É pobre porque tem poucas oportunidades na vida. E quando as tem, não tem direito ao erro”

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Penso, então, que é por isso que o negro erra pouco. No esporte, quando lhe dão uma oportunidade, faz explodir virtudes que na execução da vida vão se tornando incomparáveis.

Rebeca traz a medalha de ouro e a ilusão para todos nós que ainda há esperança.

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