Opinião

Qual é o Athletico real: o de dentro ou de fora do campo?

Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico

Um atleticano e dos grandes me alerta: a projeção de uma derrota como essa para o Palmeiras vai bem além do que a derrota em si, mesmo que tenha como consequência a perda de um título. No caso, agrediu a imagem do Athletico do clube realizador que rompeu o monopólio de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

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De fato.

O Furacão tem o sagrado direito de perder, e não está obrigado a ganhar todo o título que disputa. O que ele não pode é se propor a isso e, na prática, envergonhar a sua torcida improvisando um time, que Alberto Valentim baixa ao nível de segunda categoria.

Há leitores que ainda insistem em escrever que tenho rancor de Mario Celso Petraglia. Não me conhecem, é claro. O meu berço foi forrado de amor, compreensão e renúncia. E, tratando-se de Athletico, só um hipócrita iria ofender aquele que concorreu para o período mais nobre da história do clube.

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Mas esse reconhecimento não me impede de exercer o jornalismo crítico que exige a análise quando o equívoco da conduta tem origem na incapacidade, como é notória e confessada a de Petraglia para tratar do futebol.

O Athletico que ganha e perde no campo é irreal.

O Athletico real é outro que tentam esconder.

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O Furacão exibe-se com bens reais (Baixada e Caju), humanos (administrativo) e financeiros (ativos no exterior). No entanto, é o responsável pela dívida com a Paraná Fomento, por pagamento de indenizações ao Município pela desapropriação dos terrenos da Buenos Aires, e por ter não prestado a obrigação de ceder o direito de uso de um setor da Baixada. O valor desse passivo, por simples cálculos com base em decisões judiciais, já alcançam R$800 milhões. Todo o patrimônio ou está hipotecado ou está penhorado.

A perda de um jogo ou de um título chega a ser irrelevante diante dessas verdades que fazem o Athletico real viver no fio da navalha.

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