Opinião

Petraglia 5.0: o rei está nu, após goleada sofrida pelo Athletico em La Paz

Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico

Era uma vez um rei extraordinariamente vaidoso, que não gostava de repetir roupas. Foi, então, que surgiu um falso tecelão que lhe propôs vesti-lo com um traje de tecido invisível e que os tolos não poderiam ver. E, para o rei, todos os seus súditos eram tolos.

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E daí, pondo-se a desfilar em procissão, o rei não imaginava que entre os súditos que o aplaudiam, havia uma menina inocente. Vendo-o sem vestir nada, bradou: “Coitado, o rei nu!” E, então, aqueles eram considerados tolos, ganharam coragem e gritaram: “O rei está nu”!

Com essa fábula “A nova roupa do rei”, o dinamarquês Hans Christian Andersen deixou a definitiva lição sobre o perigo que representa a aparência das coisas. A goleada de 5 a 0 de La Paz deveria despertar os atleticanos para enfrentar uma dúvida: qual o mundo real do Clube Athletico Paranaense?

O presidente Mario Celso Petraglia, com discurso seu ilusionista, sempre cria o sentimento da eternidade para a torcida do Athletico. Veste o clube de concreto, ganha títulos por critérios aleatórios como são os das Copas, e promete conquistar o Mundo. A cada ano protege essa aparência das coisas para não deixar que a torcida conheça o mundo invisível, que é o mundo real.

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E a realidade é dura: todo hipotecado ou penhorado, o Furacão não tem o título de domínio de seu patrimônio pela dívida de R$ 750 milhões com a Paraná Fomento, que não será alcançada pela inusitada decisão do Tribunal de Contas.

E o seu futebol se submete aos interesses de Petraglia, sejam pessoais como empresário, sejam emocionais, como torcedor. Quando parece que o ponto do projeto foi alcançado como parecia com Paulo Autuori, Ricardo Gomes e Carlinhos Neves, surge Petraglia com a vaidade que o destempera. E em estado de desequilíbrio, acaba com o próprio bem que praticou.

Reconheço o que Petraglia fez pelo Athletico, mas não me rendo a uma verdade: o Furacão não lhe deve nada. A auto retribuição irá quitar todos os benefícios que praticou no momento em que o Athletico tiver todo o seu patrimônio disponível sem as dívidas.

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Até La Paz entendia de que o Athletico era um time de dono. Estava enganado. Qualquer acionista majoritário, diante da conduta de pródigo de Petraglia já o teria demitido. Ao invés de dono, Petraglia tem a posse do Caju, da Baixada e da camisa atleticana.

O rei está nu. Resta saber quem é ele: o Furacão ou Petraglia 5.0?

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