Opinião

A bola tem que voltar para Ratinho chutar ou não

Há um desgoverno no Brasil, é certo e não há conserto. Empurrados na direção do cemitério por uma política sanguinária, os brasileiros vão morrendo. A negação da vida no país criou um fato inusitado: o mundo real é o mundo em que as duas mil mortes por dia começam a ser absorvidas com naturalidade. O mundo paralelo é o mundo em que se vive, mas, ambientado no medo e nos traumas, obrigado a se submeter ao mundo criado pela locução dos “imortais” de Brasília.

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Essa verdade pode ser extraída da interpretação da última palavra do governador paranaense Carlos Massa Ratinho Junior. Absolutamente sincera, revela resignação, quase um desânimo. Disse: “Não é um decreto, não é um papel e não é uma assinatura minha, sozinha, que vai salvar vidas, mas, a consciência das pessoas de entender que estamos enfrentando uma guerra na saúde pública”.

Talvez, por adotar essa verdade resignada, o governador preferiu transferir para os prefeitos a responsabilidade de dar a solução sobre os jogos no futebol paranaense. Se um único prefeito criar o impedimento (e qualquer razão será razão incontestável) estará, ainda, mais fragmentado o calendário de jogos do Estadual e da Copa do Brasil.

Não trato o futebol dentro do conceito da essencialidade, por não ser uma atividade essencial. O faço por um fato: o futebol é responsável por si próprio. Ganhou a consciência a que se refere Ratinho desde que voltou a ser jogado.

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É o segmento que mais aprendeu a conviver com o vírus. Os seus protocolos médicos e sanitários são tão rígidos e tão bem executados em razão da responsabilidade objetiva dos clubes, federações e dirigentes, que é possível afirmar que ele concorre diretamente para evitar ou diminuir a disseminação.

O número de testes positivos no futebol é prova de que o seu ambiente é protegido, sem haver riscos para a população. Entendo que o Governo Estadual deve assumir para si a decisão para que o futebol siga em frente ou não, absorvendo a responsabilidade dos prefeitos.

E, se entender que não deve ser jogado, será compreendido. Daí, o futebol irá tratar da sua vida de outra forma.

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