colunas e Blogs
Augusto Mafuz
Augusto Mafuz

Augusto Mafuz

Opinião

Os futuros filhos dos torcedores do Paraná serão Athletico ou Coritiba?

Por
Augusto Mafuz
13/09/2021 16:51 - Atualizado: 04/10/2023 17:29
Os futuros filhos dos torcedores do Paraná serão Athletico ou Coritiba?

Em “Segredo dos meus olhos”, o notável ator argentino Ricardo Darín faz papel do agente judiciário Benjamin Espósito, que investiga um assassinato. Em um bar, consegue uma pista: o o suposto assassino Isidoro Gomes, quando criança, era torcedor do Racing Club de Avellaneda. Benjamin lembrou do pensamento do genial uruguaio Eduardo Galeano: “Um homem pode mudar de mulher, de partido político ou de religião, mas não de time de futebol”. Naquela noite, o Racing jogava com o Huracán. Lá estava Isidoro Gomes.

A trama é ambientada na época em que o amor por um time de futebol era um sentimento dirigido, quase imposto, de pai para filho. Já há algum tempo, essa regra começou a sofrer exceções. O time que ganha o coração da criança, às vezes, é aquele que provoca condições de influenciar o sentimento em um dado momento da história.

Entre nós, não é raro encontrar filhos de atleticanos e coxas que torcem para o Paraná, que nasceu como “o clube do ano 2.000”. Com um estádio em cada canto da cidade, com  40 mil sócios pagantes, com seus grandes times e ídolos (Régis, Saulo e Adoílson), os grandes técnicos (Minelli, Otacílio e Geninho), as grandes conquistas estaduais e nacionais (no Brasileirão, foi num tiro só da Série C para a A). O Tricolor chegava a tripudiar dos fracassos intermitentes de Athletico e Coritiba.

O Athletico não triplicou a sua torcida só porque fez a Baixada para a Copa. O fato mais relevante para isso foram as condições criadas de 1995 a 2001 por uma reação de ideal, de impacto, jamais vista na história do futebol brasileiro.

Nesse período, movido pela genial criação de Nelsinho Fanaya, “Atlético, Paixão eterna”, voltou a ser campeão estadual, mandou a sua camisa para o cofre do New York Times para ser aberta no ano 3.000, derrubou a velha Baixada, construiu a primeira Arena, foi para a Libertadores, foi campeão do Brasil, teve as tranças e os gols de Oséas, Paulo Rink, as defesas de Ricardo Pinto, teve Leão, Evaristo de Macedo e Geninho no comando, e Kleberson no Brasil campeão do Mundo de 2002. O Furacão era como as flores de Geraldo Vandré: nas escolas, nas ruas, campos e construções, virou o time da moda.

Na Série D, caso confirme a queda que parece questão tempo, o Paraná terá que se submeter a uma vida de pobreza, de resignação com a ameaça do próprio fim. Os filhos que irão nascer dos paranistas terão que seguir um outro caminho: o da Baixada ou do Couto Pereira, serão Athletico ou Coritiba.

Veja também:
Em 70 dias de temporada, Coritiba chegou a 10 atletas lesionados
Em 70 dias de temporada, Coritiba chegou a 10 atletas lesionados
Na mira do Athletico, atacante Vargas será reavaliado por novo técnico do Atlético-MG
Na mira do Athletico, atacante Vargas será reavaliado por novo técnico do Atlético-MG
Cuca confirma atacante ex-Flamengo fora do Athletico
Cuca confirma atacante ex-Flamengo fora do Athletico
Fluminense espera acordo nas próximas semanas para renovar com Diniz
Fluminense espera acordo nas próximas semanas para renovar com Diniz
participe da conversa
compartilhe
Encontrou algo errado na matéria?
Avise-nos
+ Notícias sobre Augusto Mafuz
Léo Linck coloca o Athletico na final do Estadual
Opinião

Léo Linck coloca o Athletico na final do Estadual

Club Athletico Paranaense, há 100 anos como um conceito de amor
Opinião

Club Athletico Paranaense, há 100 anos como um conceito de amor

Coritiba e a urgente demissão de Carlos Amodeo
Opinião

Coritiba e a urgente demissão de Carlos Amodeo