Como ninguém é insubstituível, a saída de Paulo Autuori e Ricardo Gomes, do Athletico, passou a ser fato velho. O fato principal a ser analisado é outro. Não é a saída específica de um grande profissional em um certo momento.

O fato principal é bem antigo. É a extrema dificuldade que Petraglia tem de lidar com grandes profissionais do futebol.  Agora foi com Autuori e Gomes, para ficar com Alexandre Mattos. Já tinha sido assim com o histórico treinador Tiago Nunes, para ficar com Paulo André.

É sempre assim: quando tudo parece ter sido alinhado para a execução de um projeto estável, Petraglia provoca uma panaceia no Caju. E, agora, por um fato que ele historicamente trata como irrelevante, que é o Estadual, usando a sua complicadíssima alquimia de transformar frescor em fogo.

No inicio de uma temporada preciosa, Petraglia consegue fazer pó da melhor diretoria do futebol brasileiro. É a hipótese quando o homem perde o poder de reflexão.

O que incomoda Petraglia? 

Ele não gosta de companhias saudáveis, que são as pessoas que não dependem dele. Foi assim com aqueles atleticanos que participaram da construção da base desse Athletico que está aqui, e é sempre assim com profissionais capazes que não se submetem às suas ideias. Afinal, Petraglia esquece que reconheceu não entender nada de futebol.

Uma vez, o saudoso jornalista Fábio Campana escreveu que Roberto Requião tinha pavor de perder o estrelismo no seu governo. Por isso, quando alguém crescia, cortava-o. Petraglia lembra Requião. Só que não é só por isso.  Mas essa é uma outra questão.

Será que um investidor de milhões no Athletico S/A se submeteria a essas escolhas de Petraglia?