O futebol do Athletico termina 2023 como um bagaço

A goleada tomada em Cuiabá (3x0) bem que poderia ser absorvida sem nenhuma recusa pela torcida do Athletico. É que o retorno de Mario Celso Petraglia, a volta do “Athletico de novo” que provocou a união dos atleticanos e a operação casada da Ligga e o acordo com a Paraná Fomento, já tinham amortecido o sentimento dos fracassos no campo, em 2023.
Ocorre que a derrota em Cuiabá não foi apenas o último fracasso. Ela tem que ser adotada necessariamente para provocar uma revisão do futebol do Athletico. Todos os erros de 2023 aconteceram antes e durante o jogo.
Engana-se quem isola as conquistas da Copa do Brasil e o bi da Sul-Americana como referências de crescimento definitivo. São vitórias casuais como são todas aquelas e de todos os clubes em torneios de regulamento eliminatórios.
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Entendo que a única referência possível para medir o crescimento de clube no futebol nacional é o Brasileirão. O regulamento de pontos corridos, em dois turnos, exige um projeto e a sua execução com seriedade. Nele, nenhum clube é capaz de alcançar objetivos com apostas eventuais que prestigiam técnicos interinos ou executivos especuladores.
A goleada de Cuiabá foi resumo desse estado de coisas que criou vícios no Caju que só serão afastados com um comando enérgico que atenda apenas os interesses do Furacão. A conduta do clube, a partir das suspensões propositais de Thiago Heleno, Fernandinho, Cacá e Alex Santana, foi a de escancarar um “fim de feira”.
O comando de futebol com Marcio Lara, Alexandre Mattos e Rodrigo Gama Monteiro, sem nenhum compromisso afetivo com Athletico, ignorou que há uma torcida e uma história a serem respeitadas em qualquer situação.
Há que se considerar que departamentos de preparação física, fisiologia e o médico que eram referências do Brasil foram esculhambados pela incapacidade desse comando. Explica-se aí o numero e a repetição de lesões e a demora de retorno.
Não se pode, então, desconsiderar essa situação sob o pretexto de que fora de campo a vida foi resolvida. Só que essa vida só será sustentada se o sucesso desportivo prevalecer como objetivo imediato e único da instituição. É possível afirmar que o futebol do Athletico termina como se fosse um produto em final de feira, termina 2023, literalmente, no bagaço.
A reformulação prometida não deve começar no grupo de jogadores. Essa providência será inútil se os atuais executivos do futebol continuarem exercendo o mínimo de influência no CT do Caju.