Se o jovem torcedor
ainda não conhece a história de João Saldanha, um dia, obrigatoriamente, irá
conhecê-la. Conhecendo-a vai saber as razões porquê Saldanha como jornalista e
como treinador já era imortal quando morreu em 12 de julho de 1990, em
Roma.

Entre as lições deixadas por Saldanha, a mais clássica é a de que “o futebol não é um jogo de onze contra onze. É um jogo de onze de cada lado. Ganha o melhor”.

A interpretação da expressão “ganha o melhor” não é restritiva ao time que sobrepõe-se aos outros pelo brilho técnico ou pela ordem tática. Pode ser o time menos limitado, ou grosseiramente como dita o principio da exclusão, “o menos ruim”.

Transportada para o Paranaense, o estadual o mais pobre do Brasil, a lição de Saldanha explica bem a supremacia final do Athletico da fase classificatória.

Ainda sob a influência do conservadorismo de Felipão, e do qual Paulo Turra é um simples operário, o Athletico finalizou em primeiro a primeira fase do Estadual. Embora sob censura tática, não precisou fazer força para terminar em primeiro e invicto, tamanha a limitação de todos os outros, em especial, o Coritiba.

O treinador António Oliveira deve muitas explicações para a goleada sofrida em Ponta Grossa (3×0) e o terceiro lugar. Por coincidência, no Estadual de 2022, quando quis explicar o fracasso do Athletico em Cascavel, já era tarde. Estava demitido. Seria uma farsa que se repete?

As diferenças entre o Athletico e os outros foram tantas, e não há sinal de que irão desaparecer, que autorizam a adaptar o exagero linguístico e afirmar que o Furacão só perde esse campeonato para si próprio.